Vaticano

João Paulo II recordado no Vaticano

Agência Ecclesia
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Bento XVI recordou ontem no Vaticano o 27º aniversário da eleição pontifícia de João Paulo II, apresentando-o aos peregrinos como um dom de Deus para a Igreja e o mundo. Falando de João Paulo II como homem “contemplativo e missionário “, cujo segredo estava “na íntima união com Deus, alimentada quotidianamente pela Eucaristia e por prolongados momentos de oração”, Bento XVI constatou que o papa polaco “foi reconhecido como autoridade moral, inclusivamente por muitas pessoas não cristãs e não crentes, como o demonstraram as comoventes manifestações de carinho por altura da sua doença e de profundo pesar depois da sua morte”. Ao recordar a sua herança espiritual, Bento XVI mencionou particularmente o facto de que João Paulo II tentou resgatar a importância da oração do Rosário para a Igreja. Assim, sustentou, “se a Eucaristia é para o cristão o centro de todos os dias, o Rosário contribui de forma privilegiada para engrandecer a comunhão com Cristo”. Consubstanciando a dimensão universal do ponitificado de Karol Wojtyla, a sua cidade de Cracóvia irá inaugurar um grande centro, no lugar onde o anterior Papa trabalhou durante a ocupação nazi. O anúncio foi feito pelo Arcebispo local, D. Stanislaw Dziwisz, antigo secretário pessoal de João Paulo II. O projecto, previsto para um terreno de muitas dezenas de hectares em Lagiewniki, inclui a criação de um centro de documentação e de ensinamento do pensamento de João Paulo II, falecido a 2 de Abril último; um centro de diálogo ecuménico; uma escola; uma biblioteca; um hospital; um hospício; um museu; infra-estruturas de desporto; um cinema e um parque. “Pretendemos que o seu espírito continue aqui, com o seu ensinamento, a sua poesia e a sua sensibilidade para a beleza, mas sobretudo com o seu amor por todos nós”, explicou o prelado, durante uma missa celebrada no local do futuro centro. O Santuário de Lagiewniki, nos subúrbios de Cracóvia, foi um dos locais preferidos de João Paulo II, que rezava frequentemente na igreja da Divina Misericórdia, no interior do complexo religioso, durante a ocupação nazi, altura em que era um seminarista clandestino e trabalhava como operário numa fábrica das redondezas. O anúncio do projecto teve lugar por ocasião do “Dia do Papa” na Polónia, organizada desde há cinco anos para assinalar a eleição de Karol Wojtyla como Papa, a 16 de Outubro de 1978. Ainda neste âmbito comemorativo, será inaugurada no dia 21 de Outubro, no Complexo do Vittoriano, em Roma, uma exposição sobre João Paulo II, intitulada "João Paulo II e Roma". A exposição - que contém fotografias e peças originais - é promovida pelo Vicariato de Roma e pelo Capitólio (Município de Roma), estando aberta gratuitamente ao público. A ideia da mostra nasceu nos dias imediatamente seguintes à morte do Papa, na tarde do dia 2 de Abril. "Trata-se de um gesto de gratidão a João Paulo II por parte da cidade", disse Walter Veltroni, presidente do Município romano. "João Paulo II amava muito Roma e Roma, por sua vez, amava muito João Paulo II", acrescentou.


João Paulo II