Vaticano

Jornada Mundial da Juventude, um sinal de esperança por toda a Terra

Fundação AIS
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Milhares de jovens de todo mundo dirigem-se para Colónia trazendo na bagagem não só grandes expectativas, mas também testemunhos das dificuldades vividas nos seus países. Cuba Orações, encontros e angariação de fundos é um refrão muitas vezes repetido pelos jovens peregrinos que se dirigem para Colónia, na Alemanha, onde vão decorrer as Jornadas Mundiais da Juventude. Mas no corre-corre da preparação, muitos portugueses podem esquecer-se que noutros países, milhares de jovens terão que estar especialmente determinados, se quiserem estar presentes quando o Papa disser "Não tenhais medo!". Sergio Cabrera ouviu este apelo pela primeira vez em 1998 durante a inesquecível visita de João Paulo II a Cuba. Este jovem ficou tão emocionado e tocado pelas palavras de um Papa já envelhecido que decidiu deixar os estudos de medicina e entrar no seminário de Havana. Quatro anos mais tarde, estava entre os 200 jovens católicos cubanos que viajaram até às Jornadas Mundiais da Juventude em Toronto. Para ele e para a maioria dos seus companheiros, foi a primeira vez que estavam fora do país. Este ano, os 35 representantes cubanos, jovens, padres, religiosas e bispos, prepararam a viagem à Alemanha fazendo retiros e encontros de preparação. São menos do que em 2002 mas por uma forte razão, pois conseguir os vistos para as JMJ é um desafio diplomático bastante difícil de superar. Apesar de tudo, o Bispo Carlos Baladrón, director do apostolado dos Jovens da Conferência Episcopal Cubana e o Bispo de Guantánamo disse: "Era impensável para a Igreja Cubana não enviar jovens à Alemanha". "Nas Jornadas Mundiais da Juventude" disse à Igreja à Ajuda que Sofre, "os jovens têm uma experiência única e de grande profundidade espiritual em comunhão com o Santo Padre, os bispos e jovens de todo o mundo". O Bispo Baladrón acrescentou ainda que os veteranos nas JMJ se tornaram peças importantes nas suas paróquias, conseguindo melhor que ninguém cativar os jovens, mesmo os não católicos, para a Igreja. Há ainda outra razão para a sua presença ser essencial, os jovens cubanos podem partilhar as dificuldades em viver a sua fé na sua terra natal. Cuba é um estado comunista onde, há muitos anos, o ateísmo militante era a única ideologia tolerada pelo regime. Hoje, desde que os media são controlados pelo aparelho de estado, os jovens raramente têm contacto com informações positivas e imparciais sobre o Cristianismo e sobre outros países. "A Igreja Cubana está numa ilha, por isso mesmo está isolada" explicou o bispo. "É uma constante não termos oportunidades para comunicar com o mundo exterior. Alguns padres e bispos têm conseguido autorização para viajar ao estrangeiro, mas para os jovens, as JMJ representam algo completamente novo". África Também aos jovens africanos chegou a mensagem do Papa em 2002: "Ele encorajou-nos a satisfazermo-nos apenas com os mais altos ideais", escreveu uma jovem sudanesa. Mais uma vez, jovens católicos sudaneses participarão nas JMJ, com o pequeno contributo da Ajuda à Igreja que Sofre. Também na diocese de Eseka, nos Camarões, o Padre Emmanuel reuniu jovens para as JMJ ainda que, disse, "Não foi fácil! A decisão do Canadá rejeitar o pedido de vistos da diocese em 2002, foi recebido como um balde de água fria para aqueles que iam participar". As Jornadas Mundiais da Juventude, um acontecimento espiritual, requerem a colaboração das autoridades políticas e infelizmente as dificuldades logísticas surgem no caminho de muitos grupos, especialmente dos oriundos de países mais desfavorecidos. É um autêntico milagre que estas dificuldades não tenham posto por terra o entusiasmo de toda a Igreja para participarem neste evento. Os frutos que se colhem das JMJ compensam largamente o esforço despendido para lá chegar. Hoje, tendo saboreado o espírito de liberdade e esperança que reina durante as Jornadas Mundiais de Toronto, Sergio Cabrera deixou de temer enfrentar as críticas e o ridículo a que um padre está sujeito em Cuba. "A minha única preocupação", disse, "é ser capaz de pregar a esperança neste mundo sem esperança em que vivemos." Palavras que irão ressoar este Verão em toda a Terra a partir da Alemanha. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre


Jornadas Mundiais da Juventude