Vaticano

Justiça ainda está por fazer na Bósnia-Herzgovina

Fundação AIS
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O Cardeal Vinko Puljic, Arcebispo de Sarajevo, lamentou em entrevista Ajuda à Igreja que Sofre que ainda não tenha sido feita justiça 10 anos decorridos sobre o Acordo de Dayton que pôs fim ao sangrento conflito de três anos na Bósnia-Herzgovina. D. Vinko Puljic explicou que não existe igualdade entre os sérvios, muçulmanos e croatas, responsabilizando a comunidade internacional por esta desigualdade. "A comunidade internacional não criou programas para facilitar o regresso dos refugiados croatas aos seus locais de origem", afirmou. "É impossível estabelecer uma democracia se nos basearmos em princípios não-democráticos e não existe outro caminho a não ser o diálogo, porque a alternativa seria a guerra", acrescentou. Na opinião do prelado, a solução de um conflito entre dois grupos étnicos não pode ser feita às expensas de um terceiro: "Enquanto sérvios e muçulmanos têm o apoio da comunidade internacional, os católicos croatas estão a ser descriminados a nível político, económico e cultural". Segundo o Cardeal Puljic, existiam na Arquidiocese de Sarajevo quase 530 mil católicos antes da guerra e actualmente permanecem em Sarajevo 215 mil católicos. "Os católicos do meu país necessitam de apoio político, que crie igualdade entre todos os cidadãos", concluiu o Arcebispo. Em Fevereiro, o superior da ordem dos franciscanos na província de Bosna Srebrena, Frei Dzolan, alertava que a Bósnia-Herzgovina tinha voltado a ser um "país de missão" (Nr: ver artigo em Arquivo). O missionário franciscano admitia que a Bósnia-Herzegovina é "uma região especial em termos políticos e religiosos", onde se tem assistido à radicalização das posições dos líderes dos grupos políticos e religiosos. Frei Dzolan referiu também o descontentamento dos católicos em relação ao Acordo de Dayton e à divisão do país em duas confederações que continua a causar instabilidade entre os diferentes grupos étnicos. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre


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