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Legislação sobre migrantes suscita preocupações da Igreja em Espanha e Itália

Rádio Vaticano
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O presidente da Comissão Episcopal de Migrações da Conferência Episcopal Espanhola, Dom José Sánchez, considerou que seria lamentável que a reforma da Lei de Estrangeiros na Espanha e na Europa impusesse penas aos que acolhem os imigrantes ilegais.

O prelado recordou que quando Cristo disse “fui estrangeiro e acolheram-me”, ensinou os seus discípulos a serem hospitaleiros para com os estrangeiros. Entretanto, advertiu que na reforma da Lei de Estrangeiros “um dos pontos mais debatidos é a hospitalidade”.

“No empenho em perseguir os imigrantes em situação irregular ou ‘sem documentos’ chegou a expor-se a possibilidade de sancionar as pessoas que dessem hospitalidade, que acolhessem e mantivessem às suas custas migrantes ‘sem documentos’, castigando assim a atitude generosa ou a virtude de hospitalidade com penas reservadas aos delitos”, assinalou.

D. Sánchez observa que, embora devido ao alto índice de desemprego, se possa “cair na tentação de pensar que os estrangeiros, documentados ou não-documentados são uma pesada carga para nós”, devemos recordar que, noutros momentos de prosperidade, “abrimos as portas, porque necessitávamos deles”.

Outra tomada de posição, mais centrada sobre o problema dos migrantes que pedem asilo, teve lugar em Itália, pela boca do Padre Giovanni La Manna, jesuíta, responsável pelo Centro Astalli, do Serviço dos Jesuítas aos Refugiados. Em entrevista à Rádio Vaticano, o sacerdote recorda que o Papa convidou os fiéis a rezar no mês de Agosto a fim de que a opinião pública tome consciência do problema de milhões de deslocados e refugiados, para que sejam encontradas soluções concretas.

O jesuíta reiterou a importância de acolher os refugiados e reconhecer a sua dignidade, aceitá-los como irmãos. "O que me entristece é que a União Europeia se está a tornar cada vez mais uma fortaleza concentrada em travar o fenómeno de entrada de imigrantes, em vez de se preocupar com as pessoas ", atira.



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