Vaticano

Lições da História através da Arte

Octávio Carmo
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A História da Igreja Católica escreve-se com várias lições, muitas das quais podem ser aprendidas pela contemplação da sua Arte, um património a conservar materialmente, tutelar sob o ponto de vista jurídico e valorizar pastoralmente no âmbito da cada comunidade cristã, para, como assinala a Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja, “cultivar a memória do passado e continuar a expressar no presente o que está orientado para a missão da Igreja”. Em relação ao problema da formação nesta área, a referida Comissão Pontifícia considerou oportuno dirigir uma Carta circular (15 de Outubro de 1992) a todos os Bispos do mundo, recordando a necessidade de preparar os futuros sacerdotes para o cuidado dos Bens Culturais da Igreja (Comissão Pontifícia para a Conservação do Património Artístico e Histórico da Igreja [Actualmente, Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja], Carta circular aos Ordinários diocesanos sobre a formação dos candidatos ao sacerdócio sobre os bens culturais). Como se tratava de um aspecto fundamental, três anos depois a Comissão dirigiu uma Carta circular a todas a Conferências Episcopais (3 de Fevereiro de 1995) solicitando o relatório das iniciativas que se colocaram em prática nesse período para a formação do clero sobre os bens culturais (Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja, Carta circular, 3 de Fevereiro de 1995). Uma consideração semelhante foi dirigida ao trabalho desenvolvido pelas Universidades católicas sobre os Bens Culturais da Igreja. A este respeito, dirigiu-se uma Carta circular (31 de Janeiro de 1992) a todas as Universidades católicas do mundo, graças à qual se reuniram dados de notável importância para o futuro trabalho desta mesma Comissão (Comissão Pontifícia para a Conservação do Património Artístico e Histórico da Igreja [Actualmente, Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja], Carta circular aos Reitores das Universidades católicas, 31 de Janeiro de 1992, e Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja, Carta circular aos Reitores das Universidades católicas para o envio do "Relatório sobre as respostas das Universidades católicas a respeito das actividades promovidas em relação aos bens culturais da Igreja", 10 de Setembro de 1994). A Congregação para a Educação Católica pediu à Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja que dedicasse dois números da revista “Seminarium” ao tema “A Formação dos Seminaristas na Valorização Pastoral dos Bens Culturais Eclesiásticos” [Cf. Seminarium N.S. 39/2-3 (1999)]. Tal volume foi enviado às Conferências Episcopais do mundo inteiro. Na mesma linha de preocupação, a Pontifícia Universidade Greoriana, uma das mais prestigiadas instituições de ensino das ciências teológicas, acaba de reunir na mesma Faculdade as áreas da História e dos Bens Culturais, até hoje leccionadas em separado. Assim, a Faculdade da História e dos Bens Culturais da Igreja, na Gregoriana, aparece com o objectivo de “investigar o processo histórico do caminho e da vida da Igreja”, bem como para “estudar e tutelar o património histórico e artístico da Tradição cristã”. A Faculdade está estruturada em três ciclos: um bacharelato trienal, licenciatura bienal especializada e um ciclo de doutoramento de investigação. O “Master post Lauream” tem a duração de um ano académico e centra-se apenas sobre os Bens Culturais da Igreja.


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