Representantes da Santa Sé e do Patriarcado ortodoxo de Moscovo alertaram para a ameaça actual de uma ausência do religioso na sociedade da informação.
Num encontro em que participaram líderes religiosos de várias confissões, assim como representantes do governo russo, em Moscovo, o tema incidiu sobre “a religião e a Igreja na sociedade da informação”.
Em representação de João Paulo II, John P. Foley, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, reconheceu que «a sociedade de informação ficaria gravemente doente sem a presença da religião e da Igreja».
Para o arcebispo John Foley (na foto), «a religião constitui uma dimensão essencial da vida humana, devendo os meioas de comunicação reconhecê-la, respeitá-la e informarem sobre ela».
Destacando o papel importante da Igreja na realidade pessoal e social, o prelado pediu para as actividades religiosas serem expostas com «cuidado e honestidade», aludindo à importância de uma «adequada, inteligente e correcta informação» por parte de quem dá a notícia.
Por sua vez, o arcebispo Chaplin, representante do Patriarca russo Alexis II, denunciou que os «jornalistas e seus chefes estão deliberadamente a reduzir a quantidade de informação positiva sobre questões religiosas».
Constatou também que os meios de comunicação «não prestam atenção aos valores espirituais fundamentais, mas sim a aspectos populares como a decoração dos templos, o canto e a dança».
A conferência, presidida pelo ministro russo da Informação, Tecnologia e Comunicação, contou com a presença de representantes muçulmanos, budistas, judeus e evangélicos.
Da parte da Igreja Católica, além do arcebispo John Foley, estiveram também presentes o Núncio Apostólico (embaixador do Papa e Santa Sé) em Moscovo, monsenhor António Mennini, e o Arcebispo de Moscovo, Tadeusz Kondrusiewicz.
E também o director do Centro de Informação da Conferência dos Bispos Católicos da Rússia, Victor Khroul, e o chefe de redacção da rádio católica de Moscovo (Dar), Peter Sajarov.