Livro denuncia dramas dos meninos-soldados Paulus Editora 31 de Março de 2005, às 10:29 ... Quando era menina-soldado, pensava que o mundo era todo assim Este livro – proximamente à venda em todas as Livrarias - é um testemunho vivo, Ãmpar e extraordinário, dos horrores da guerra vividos por uma menina-soldado ugan-desa, que viu a sua infância destroçada e a vida adulta traumatizada pelo sofrimento que passou e pela brutalidade que foi obrigada a partilhar. Rejeitada pelo pai por ser menina, a China foi cruelmente maltratada pela avó e pela madrasta. Aos oito anos, fugia da famÃlia quando caiu nas malhas do indisciplinado e vingativo Exército Nacional de Resistência de Y. K. Museveni, que devastava a zona rural, e foi recrutada contra a sua vontade. Embora franzina, aprendeu a sobreviver tornando-se uma guerrilheira implacável. Foi obrigada a participar em carnificinas atrozes e em marchas forçadas, com pouca comida, e viu morrer muitos dos seus pequenos camaradas em combates ferozes. Pior ainda: todas as noites, já exausta pelos rigores do dia, ela era, como todas as outras meninas-soldado, molestada por oficiais superiores. Na sangrenta guerra civil, Museveni conseguiu derrubar Obote e tornar-se Presidente do Uganda, e China foi promovida a chefe de escolta do Ministro dos Registos, Ahmad Kashilingi. No entanto, quando este foi preso, ela pôs-se de novo a monte. No meio de toda esta insegurança e desolação, encontrou por breves momentos o amor e deu à luz um menino; mas, quando por fim fugiu para a Ãfrica do Sul, teve de o deixar para trás. Tem agora uma vida nova na Dinamarca e viaja pelo mundo, fazendo campanha contra a utilização errada de crianças como soldados. Discursou em conferências das Nações Unidas, para Bill Clinton e Nelson Mandela, entre outros, e a sua história pessoal está a ser traduzida por todo o mundo. Existem no mundo mais de 300 mil meninos-soldado e esta é a história singular e aterradora de um deles; uma história de coragem, de espÃrito indomável, e da chocante brutalização da inocência. Dedicatória Gostaria de dedicar este livro a todos os meninos-soldado ainda vivos, e à queles que não sobreviveram. Deus permita que as vossas almas descansem em paz. Gostaria também de aproveitar esta oportunidade para me despedir do pai do meu filho, o falecido Tenente-coronel Moses Drago Kaima; e do Major-general Fred Rwigyema, do tio Caravel, da minha irmã Helen, da minha irmã Margie, da minha irmã Grace, da minha mãe, do Tenente-coronel Bruce, do Tenente-coronel Benon Tumukunde, do Major Moses Kanabi, do Major Bunyenyezi, do Capitão Kayitare, do “Afande†Ndugute, do cabo Kabawo, do soldado Sharp (“Finoâ€), e de todos os outros bravos soldados do NRA que decidiram dar a vida pelo povo do Uganda. É tão doloroso que todos eles tenham partido, mas eu tenho de me manter firme e de tentar evitar que isto volte a acontecer. A Autora, China Keitetsi Publicações Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...