Vaticano

Mais populares juntam-se à acção de protesto em Timor-Leste

Agência Ecclesia
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Dezenas de viaturas, transportando centenas de pessoas, começaram a chegar ao fim da tarde a Díli, correspondendo a um apelo nesse sentido do bispo D. Alberto Ricardo da Silva transmitido pela emissora católica Rádio Kmanek. Segundo a agência Lusa, o prelado pediu aos católicos do interior do país que se juntassem aos que se encontram concentrados na capital, para uma vigília. Religiosos em Díli apontam para a presença, no total, de 3 mil a 4 mil pessoas provenientes do interior na concentração promovida pela Igreja Católica e que hoje entrou no 11º dia. Esta concentração, justificada inicialmente como sendo de protesto pela decisão governamental de tornar facultativa a disciplina de Religião e Moral, que deixa assim de ser obrigatória, evoluiu rapidamente para uma contestação generalizada à política governamental, centrando as críticas no primeiro-ministro, Mari Alkatiri, cuja demissão se reclama. O Presidente da República, Xanana Gusmão, tem mediado o diálogo entre os bispos de Díli e de Baucau, D. Basílio do Nascimento, com Mari Alkatiri, e os dois prelados também já se encontraram com o chefe do governo, mas continua sem se saber quando chegará ao fim este protesto. Timor-Leste conta com 800 mil habitantes, 96% dos quais católicos. O mais jovem país do mundo continua elevados índices de desemprego e pobreza (mais de 50% das pessoas encontram-se desempregada e a população a viver abaixo do limiar da pobreza ultrapassa os 42%), que geram um clima social muito tenso e agitado. As manifestações em Díli ultrapassaram os motivos religiosos e mostram, sobretudo, o descontentamento de uma população maioritariamente cristã - e habituada a recorrer à Igreja Católica nas horas de dificuldade - com este governo.


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