Vaticano

Médicos católicos contra clonagem de embriões humanos

Agência Zenit
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Continua a ser contestada a decisão do Reino Unido de autorizar a clonagem de embriões humanos com objectivos de pesquisa. A Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos recorda que é «eticamente inaceitável sacrificar deliberadamente a vida de qualquer ser humano, inclusive em estado embrionário». A FIAMC publicou no dia 12 de Agosto um comunicado no qual denuncia a manipulação de argumentos morais utilizados para justificar a medida da Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana de Londres. Lembre-se que esta instituição decidiu autorizar um laboratório de Newcastle a realizar experiências com células-tronco embrionárias humanas (CMEH) para fins terapêuticos. A autorização é limitada no tempo e está sujeita a revisão: além disso, foi emitida sob a condição de estritos propósitos «terapêuticos» e com o limite de catorze dias de crescimento embrionário. Na nota, o professor Gian Luigi Gigli, presidente da FIAMC, constata que, «como sempre, a justificação “ética” para os estudos de clonagem é o potencial curativo das células-tronco sobre enfermidades importantes como o Parkinson, o Alzheimer ou os diabetes». «Os fins humanitários são uma simples cortina que permite a manipulação da opinião pública para esconder os enormes interesses financeiros e industriais que se escondem por detrás das células-mãe», acrescenta. «Uma vez mais, o alto potencial de crescimento descontrolado destas células, que significa um alto risco de que se deteriorem se forem utilizadas para reparar ou reempregar órgãos ou tecidos, não foi mencionado; também, ainda não se encontrou um meio poderoso para induzir tolerância imunológica antes que as células-tronco possam ser empregadas», denuncia. «Não se reconhece a pesquisa com células-tronco adultas, apesar de serem as únicas que já apresentaram resultados importantes do ponto de vista clínico», segue constatando. «De facto, só nas últimas semanas, “Nature” publicou um estudo realizado na Califórnia demonstrando que as células de cérebro de rato se convertem em células de vasos sanguíneos; e pesquisadores alemães publicaram em “Lancet” que células-mãe derivadas de medula óssea melhoravam a função cardíaca depois de infartos de miocárdio». «Na mesma revista, cientistas ingleses publicaram que células da pele se transformavam em células cerebrais, alimentando a esperança de encontrar sem problemas éticos uma cura de Parkinson», segue acrescentando. «Paradoxalmente, “The Lancet”, uma das mais prestigiosas revistas médicas do mundo, começou uma campanha pela pesquisa com células-tronco embrionárias humanas à medida que se aproxima o debate das Nações Unidas sobre a proibição da clonagem e os votantes americanos estão a ser sondados», reconhece o comunicado. «Uma edição muito recente desta revista foi dedicada quase exclusivamente a temas médicos, científicos e legais sobre as células-tronco, com um editorial que chama os cientistas a formarem um forte lobby pela causa», revela. «Ironicamente, a nota de imprensa da revista só sublinhava o progresso no campo das células-tronco adultas. Contudo, o editorial declarava que as aplicações clínicas das células-tronco embrionárias estão a cair», constata o professor Gigli. «A FIAMC reafirma que é eticamente inaceitável sacrificar deliberadamente a vida de qualquer ser humano, inclusive em estado embrionário, mesmo se isso é feito para melhorar as condições de saúde de outros seres humanos», afirma o comunicado. «A FIAMC convida todos os médicos e investigadores católicos a converterem-se em um activo lobby, também em encontros eleitorais, para obter uma proibição total de qualquer clonagem de embriões humanos, ainda que por razões terapêuticas», exorta o texto. «A FIAMC convida os parlamentares católicos a considerarem os riscos que a clonagem supõe para a humanidade», diz ainda o comunicado.


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