João Paulo II, 264º Papa da Igreja Católica, não será esquecido. “A sua memória permanece no coração da Igreja e de toda a humanidade”, pode ler-se no Rogito, uma breve biografia papal em latim que foi colocada no caixão, dentro de um tubo selado.
O texto assinala que o Papa polaco exerceu o seu ministério “com um incansável espírito missionário”.
“Mais do que qualquer dos seus predecessores, foi ao encontro do Povo de Deus e dos responsáveis das nações”, em celebrações, audiências gerais e, em especial, nas visitas pastorais.
O seu “amor pelos jovens” também é destacado na biografia, sendo ilustrado pela criação das Jornadas Mundiais da Juventude, “convocando milhões de jovens de várias partes do mundo”.
O Rogito recorda ainda que João Paulo II “promoveu com sucesso o diálogo com os Judeus e os representantes de outras religiões, convocando-os várias vezes a encontros de oração pela paz”, especialmente em Assis.
Foi perante uma impressionante salva de palmas das 350 mil pessoas que enchiam a Praça de São Pedro que o caixão do Papa deixou o local para voltar à Basílica de São Pedro, para a cerimónia de tumulação. O féretro foi transportado por 12 sediários pontifícios, precedido por uma procissão de Cardeais e Patriarcas.
No local da sepultura
Após a Missa teve lugar a trasladação ao sepulcro e a inumação, parte do rito nas quais está prevista a participação de um número restrito de pessoas.
Procissão para as grutas vaticanas (através da porta de Santa Marta)
Canto do Magnificat
Acompanham o féretro o Cardeal Camerlengo, os primeiros Cardeais de cada ordem (diaconal, presbiteral e episcopal), o Cardeal Arcipreste da Basílica de São Pedro, o Cardeal Secretário de Estado, o Cardeal vigário de Roma, o substituto da Secretária de Estado, o prefeito da Casa Pontifícia, o vice-Camerlengo e uma representação dos cónegos vaticanos.
Preside à celebração o Cardeal Camerlengo, com vestes litúrgicas vermelhas.
Cantam-se o Salmo 113 A e outros salmos adequados
Tumulação do corpo do Sumo Pontífice João Paulo II
O Celebrante: Deum, misericordiarum Patrem, fratres carissimi, humiliter deprecemur pro Papa nostro Ioanne Paulo, qui in Domino obiit.
O Diácono: 1. Ut Deus animam Papæ nostri Ioannis Pauli de potestate tenebrarum liberare dignetur.
R/. Domine miserere.
2. Ut eius peccatis clementer indulgeat.
R/. Domine miserere.
3. Ut eius opera bona suscipiat.
R/. Domine miserere.
4. Ut eum in pacis et lucis regione collocare dignetur.
R/. Domine miserere.
5. Ut ei beatitudinem et societatem cum sanctis et electis suis donare dignetur.
R/. Domine miserere.
Pai Nosso
O Celebrante: Omnipotens Deus, qui mortem nostram per Filium tuum Iesum Christum in cruce demortuum destruxisti, et per ipsum, vel in sepulcro quiescentem vel a mortuis gloriose resurgentem, tumulos sanctificasti et vitam nobis atque immortalitatem mirabiliter reparasti, suscipe preces nostras pro Papa nostro Ioanne Paulo qui, Christo commortuus et consepultus, beatam spem resurrectionis exspectat. Deus vivorum et mortuorum, concede propitius, ut te, quem agnovit in terra fidelis, sine fine laudet in cælo beatus.
Per Christum Dominum nostrum.
R/. Amen.
O Celebrante: Requiem æternam dona ei, Domine.
R/. Et lux perpetua luceat ei.
Requiescat in pace.
R/. Amen.
O caixão que contém os restos mortais do Papa é ligado com fitas vermelhas, nas quais são impressos os selos da Câmara Apostólica, da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e do Capítulo Vaticano.
Em seguida é colocado num caixão de madeira zincada, que é imediatamente selado. Por cima dele são impressos os selos referidos anteriormente.
Na tampa do caixão estão a cruz e as armas do Pontífice defunto.
Enquanto o caixão é deposto na sepultura, canta-se a Salve Regina
O notário do capítulo da Basílica de São Pedro redige a acta da tumulação e lê-a perante os presentes.
João Paulo II será sepultado na cripta a poucos metros do túmulo do apóstolo São Pedro.