A organização de defesa dos direitos humanos, "Human Rights Watch" (HRW), acusou o Vietname de prender, perseguir e torturar mebros da minoria cristã que habita nos planaltos no centro do país, os chamados "montagnard".
No seu novo relatório, a HRW denunciou ainda uma medida tomada pelo governo do Camboja no início de 2005, prevendo o reforço dos controlos nas fronteiras com o Vietname, de modo a impedir a chegada dos cristãos "montagnard", em busca de asilo.
A "Human Rights Watch" refere ainda que circulam novas informações inquietantes sobre “prisões em massa, perseguições e torturas contra os cristãos dos planaltos, onde se realizam manifestações contra o regime comunista”.
Mais de mil "montagnards" fugiram do Vietname para o Camboja, depois das desordens de Fevereiro de 2001. Na ocasião, os cristãos pediam o respeito pela liberdade religiosa e a restituição das suas terras. Em Abril de 2004, novos confrontos provocaram um êxodo maciço para o Camboja.
Segundo a HRW, dezenas de "montagnards", entre eles mulheres e crianças, foram presos nas semanas anteriores ao Natal. No total, foram 129 detenções de 12 a 24 de Dezembro, em Gia Lai, uma das cinco províncias dos altiplanos vietnamitas.
No Vietname, a liberdade religiosa é garantida pela Constituição, mas na prática – sobretudo a nível local e nas regiões interiores e montanhosas – esta liberdade é violada por contínuos vexames, detenções de fiéis e demolição de igrejas e templos.
A política do Governo visa controlar todos os movimentos religiosos. Um decreto sobre a religião, de 1999, reconhece os direitos religiosos e embora permitindo “seguir, não seguir ou mudar de religião”, estabelece penas severas para aqueles que “usam a religião para minar a unidade do Estado”. Com base nesta afirmação genérica que se presta a todas as interpretações, a liberdade religiosa está a sofrer fortes restrições.
Mais do que nas grandes cidades, a repressão governamental é visível nas áreas rurais, porque o Governo, empenhado na reconstrução económica do País, não quer chamar a atenção dos seus parceiros comerciais e das autoridades internacionais para a falta de respeito pelos direitos humanos. Nas grandes cidades, que estão mais expostas aos observadores estrangeiros, os crentes podem frequentar apenas um serviço religioso específico numa determinada paróquia.