A presença dos Missionários do Verbo Divino (SVD) em Angola remonta ao ano de 1965. O nosso primeiro campo de trabalho foi a Paróquia de Cristo Rei, em Luanda, erigida oficialmente em 1967. Com uma população estimada em 400 mil habitantes, numa extensão de 34 Km2, a paróquia de Cristo Rei é uma das maiores da Arquidiocese de Luanda. A equipa missionária, composta apenas por quatro confrades, mesmo com ajuda de outros confrades residentes na Casa Central, não tem capacidade para acompanhar regularmente o grande número de fiéis e movimentos apostólicos, nos seis centros que compõem a Paróquia.
A cerca de 20 km ao norte de Luanda, temos a Paróquia/Santuário de Santo António de Kifangondo. Inicialmente assistida a partir da Paróquia de Cristo Rei cedo se tornou centro das atenções dos peregrinos e devotos de S. António que aí acorrem. Para além da assistência espiritual aos peregrinos, a Paróquia atende um número considerável de aldeias e escolas missionárias na zona da Funda, bem como a região vizinha de Cacuaco. O Centro de Saúde S. Lucas e a Leprosaria da Funda prestam um serviço inestimável aos doentes vindos das regiões circunvizinhas. Neste serviço contamos com a colaboração das Irmãs Servas do Espírito Santo e de outras religiosas que fazem parte da equipa missionária. Em Kifangondo, encontra-se também o Noviciado do Verbo Divino. Dezenas de jovens iniciaram naquela casa a sua caminhada na vida religiosa na nossa Congregação.
O segundo campo de trabalho da SVD em Angola foi a Missão de Kaungula-Kakolo, no leste de Angola, que dista 800 km de Luanda. Fundada a 8 de Setembro de 1974, a Missão de Kaungula teve apenas tempo de dar os primeiros passos. Com a instabilidade que se instalou no período que antecedeu a independência de Angola e, posteriormente, com o rebentar da guerra civil, a residência para os missionários nunca foi concluída e a sede da missão teve que ser transferida para Kakolo, uma zona mais segura em 1978. Situada numa zona vasta e rica em recursos minerais (diamantes), a história conturbada desta missão teve o seu ponto culminante com o rapto de todos os missionários (SVD e cinco Irmãs FMM), protagonizado pelo então movimento rebelde da UNITA, em Dezembro de 1983. No dia 28 de Março de 2003, foi oficialmente reaberta a nossa Missão de Kaungula-Kakolo, na Diocese de Saurimo, numa solene Eucaristia presidida pelo bispo diocesano.
A meio caminho entre Luanda e Kakolo, temos a Missão de Kakulama, Diocese de Malanje, confiada oficialmente à SVD em 1983. A recrudescência da guerra tornou inviável a continuação do serviço missionário, tendo a missão sido abandonada em Dezembro de 1998, depois da saída da população do local. A Missão de Kakulama foi a que sofreu maior destruição nas suas estruturas físicas. Tudo foi roubado e vandalizado: portas, janelas, tecto, sanitas, instalação eléctrica, etc. A Missão foi reaberta no dia 24 de Novembro de 2002, Solenidade de Cristo Rei. Com o fim da guerra a população vai regressando paulatinamente.
A presença verbita nas terras do Nzeto e Tomboco, Diocese de Mbanza Kongo, remonta aos anos de 1980, altura em que, oficialmente, foi reaberta a Missão do Nzeto e quatro anos mais tarde a de Tomboco. As duas missões, anteriormente assistidas pelos Missionários Espiritanos, estiveram sem assistência missionária regular desde 1974. Na missão do Nzeto, situada no litoral a cerca de 270 km de Luanda, trabalham também as Irmãs Servas do Espírito Santo. Para além da assistência à vila do Nzeto, sede da Missão, o trabalho missionário estende-se a uma vasta área, estando a última aldeia a mais de 150 quilómetros. O estado lastimoso das estradas dificulta o acesso a certas áreas da missão. Um dos grandes males que afecta a região é a tripanossomíase, conhecida também como doença do sono. Um pouco mais no interior, em direcção norte, a cerca de 80 quilómetros, encontramos a Missão de Tomboco. Uma zona eminentemente agrícola e com um clima mais ameno e saudável. Nesta missão trabalhamos em colaboração com as Irmãs de S. José de Cluny, pioneiras na evangelização naquelas paragens. A assistência espiritual às comunidades, e nos domínios da saúde, educação e formação profissional, contam também com o precioso contributo dos catequistas e outros leigos comprometidos.
Em Luanda, encontra-se o maior número de confrades da província, empenhados nas mais diferentes actividades. Para além do serviço pastoral na Paróquia de Cristo Rei, temos o Centro de Acolhimento de crianças de rua “Arnaldo Janssen”. Apesar do fim da guerra, o número de crianças de rua não diminuiu, antes pelo contrário, aumenta vertiginosamente. A Igreja e a Congregação do Verbo Divino, em particular, não podem, por dever de justiça, estar alheias ao seu sofrimento.