Vaticano

Missionário português relata caos instalado no Quénia

Fátima Missionária
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Bispo assassinado, perto de uma centena de mortos devido a rivalidades tribais

D. Luigi Locati, bispo de Isiolo no norte do Quénia, foi assassinado ontem à noite com dois tiros na cabeça. A falta de segurança é total. São já uns cem os mortos dos últimos dias. O norte do Quénia está vivendo um período de insegurança total e generalizada. A maior parte da centena de mortos dos últimos dias deve-se entre os Borana e os Gabra que lutam pelo direito a pastorear os seus rebanhos livremente e especialmente pelo direito ao uso exclusivo das nascentes de água. São já quase cem os mortos, muitos deles crianças de idade escolar. Uma autêntica guerra até à morte e uma vergonha nacional. No meio de tudo isto o governo continua a clamar que não se aflijam, que a segurança está garantida e que os bandidos assassinos vão ser presos e condenados. Belas promessas. No entanto nem o presidente da república nem o ministro da segurança interna se dignaram visitar a zona onde tal tragédia, um autêntico genocídio, está acontecendo. No meio de toda esta carnificina chega agora a notícia da morte do Bispo de Isiolo D. Luigi Locati. O fundamentalismo muçulmano tem-se manifestado em Isiolo desde há muito mas especialmente nos últimos meses. Duas escolas católicas foram invadidas e forçadas a fechar. A insistência do Bispo para as reabrir é talvez a razão da sua morte. Em tal caso este assassínio é um autêntico martírio fruto do ódio à fé católica. Para os cinquenta mortos de Londres o mundo parou cheio de espanto e com razão. Mas quem é que pára e se revolta contra estas mortes inocentes? O mundo não e nem sequer os políticos responsáveis por esta terra de dores. Aos leitores pedimos orações e que não se esqueçam de tornar conhecida a tragédia destas pobres gentes e desta Igreja dos mártires. Tobias Oliveira (em Nairobi) - Fátima Missionária


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