Vaticano

Moçambique continua em ebulição

Octávio Carmo
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O caso de alegado tráfico de órgãos e seres humanos em Moçambique continua a gerar reacções por parte da Igreja Católica no país. Ontem, foi a vez de o Bispo de Maputo reagir com indignação às declarações do presidente da União Africana (UA), que considerava como “boatos” as denúncias dos religiosos e religiosas de Nampula. D. Francisco Chimoio disse à RR que considera “muito grave” que Alpha Oumar Konaré faça tais considerações. "É gravíssimo, ele sabe muito bem que aqui há tráfico de crianças, há pessoas que a gente encontra mortas sem órgãos. Nós não sabemos para onde é que esses órgãos são levados", afirma o Bispo de Maputo. A RENAMO, o maior partido da oposição moçambicana, denunciou hoje o desaparecimento nas últimas semanas de mais duas crianças em Nampula, província do norte do país que tem sido referida como palco de tráfico de órgãos humanos. O deputado da RENAMO e membro da Comissão de Petições da Assembleia da República de Moçambique Rui de Sousa disse hoje à Agência Lusa ter constatado ser "real o fenómeno de desaparecimento de menores" na província. "Há desaparecimentos misteriosos em Nampula. Mais duas crianças desapareceram há quinze dias, mas é difícil provar se o caso está relacionado com o tráfico de menores e de órgãos humanos", disse Rui de Sousa, assegurando que a sua bancada ainda está a investigar as circunstância em que os menores desapareceram. O parlamentar moçambicano sublinhou que pelo menos nove crianças já foram dadas como desaparecidas em Nampula desde Outubro último, altura em que as missionárias do Mosteiro Mater Dei, denunciaram a existência do tráfico na região.


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