O Natal no Norte do Uganda será diferente em relação aos anos anteriores. O início das negociações de paz com a guerrilha de fato criou um clima de esperança e de maior confiança no futuro”, afirmam à Agência Fides fontes locais em Gulu, capital da província no norte de Uganda, há anos vítima das violência do LRA (Exército de Resistência do Senhor).
Em Novembro passado, o governo local estabeleceu um cessar-fogo em uma área limitada do norte de Uganda, para permitir a realização das negociações de paz mediadas pelo ex-ministro Betty Bigombe.
“Se por um lado há esperança de paz, do outro não se deve esquecer que ainda existem 1 milhão e 600 mil pessoas que vivem nos campos de refugiados, onde as condições higiénicas e sanitárias são extremamente precárias. Por isso, as pessoas, privadas de tudo, também este Natal vão celebrar na mais profunda indigência”, afirmam as fontes da Fides.
“Os pais não podem dar nada aos filhos, assim como muitos não terão a possibilidade de preparar uma refeição decente, já que dependem das ajudas alimentares das organizações humanitárias internacionais”, acrescentam.
O conflito no norte de Uganda provocou pelo menos 100.000 mortos, 25.000 crianças sequestradas, e obrigou 1,6 milhões de pessoas, praticamente quase toda a população civil, a abandonar vilas e terras produtivas para buscar refúgio em campos de refugiados, onde falta o indispensável para sobreviver, muitas vezes à mercê das incursões do LRA.