Vaticano

Natal sem festa no Iraque

Octávio Carmo
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Igrejas vazias na Noite de Natal

Poucos cristãos iraquianos puderam participar da missa de Natal nas igrejas iraquianas devido às difíceis condições de segurança. Segundo a agência Zenit, a Missa do Galo não foi celebrada, em geral, porque de noite a situação é mais perigosa e entra em vigor o recolher obrigatório. “Não há paz, não há segurança; todos estamos em perigoâ€, afirmou D. Shlemon Warduni, bispo auxiliar do Patriarcado caldeu em declarações à Rádio Vaticano. O prelado explica que os cristãos iraquianos “pediram ao Menino Jesus que nos dê a paz, a segurança de viverâ€. Os cristãos de Bagdad, cujas igrejas têm sido as mais atingidas pelos ataques terroristas este ano, prepararam as celebrações de Natal num clima marcado pelo medo e a discrição, sem nenhum tipo de manifestação exterior de festa. O Patriarca dos Caldeus, D. Emmanuel Delly, cancelou as Missas da noite de 24 de Dezembro como “sinal de protesto contra os ataques†que os cristãos têm sofrido. Os chefes religiosos cristãos de Kirkuk, no Norte do Iraque, já tinham revelado que o Natal de 2004 não será um tempo de festa para os cristãos do país, ameaçados pelos constantes conflitos, a pobreza e a crescente vaga de atentados contra igrejas e espaços das suas comunidades. No passado dia 8, o Papa condenou publicamente os atentados cometidos no Iraque contra a minoria cristã, após a destruição de uma igreja arménia-católica e do edifício do arcebispado caldeu. O número de cristãos no Iraque é de cerca de 750 mil. Destes, 70% fazem parte da Igreja Católica caldeia. Cinco igrejas de Bagdad foram alvo de uma série de ataques simultâneos a 19 de Outubro que não fizeram vítimas. A minoria cristã já tinha sido alvo de actos de violência em Agosto, quando seis atentados contra locais de culto cristãos causaram 10 mortos e 50 feridos em Bagdad e Mossul. Nesse sentido, o diplomata do Vaticano. Mons. Jean François Lantome, considera que os cristãos vivem “dias difíceis no Iraque†e mostra-se preocupado com a onda crescente de "Cristianofobia" depois do início da guerra. O diplomata agora colocado em Lisboa, viveu os últimos três anos no Iraque. Em declarações à Rádio Renascença, assegura que “a invasão no Iraque gerou uma desordem em todos os aspectos".


Guerra do Iraque