Os documentos pessoais do falecido Papa João Paulo II poderão ser divulgados, apesar de estar determinado no seu testamento que os mesmos fossem queimados. O Arcebispo Stanislaw Dziwisz, secretário pessoal de João Paulo II ao longo de quatro décadas, considera que esses escritos “são preciosos demais para serem destruídos”.
No seu testamento, o Papa Wojtyla escreveu: “não deixo atrás de mim nenhuma propriedade da qual seja necessário dispor. Quanto às coisas de uso quotidiano de que me sirvo, peço que sejam distribuídas como parecer oportuno. As notas pessoais sejam queimadas. Peço que dom Stanislaw, a quem agradeço pela colaboração e pela ajuda tão prolongada ao longo dos anos e tão compreensiva, vele por isto”.
O novo Arcebispo de Cracóvia, contudo, considera que estas anotações devem ser tornadas públicas gradualmente, pois são um verdadeiro tesouro cuja riqueza tem de "ser salva e preservada para a posteridade".
D. Stanislaw Dziwisz confessou a uma rádio polaca sentir que a sua devoção pelo Papa e os seus ensinamentos têm um peso maior do que a responsabilidade pela sua destruição. Contudo, "tudo será examinado cuidadosamente e colocado em ordem", garantiu.
“Nada se presta a ser queimado, é uma grande herança, uma grande riqueza, grandes textos que se revestem de uma carácter muito diverso”, declarou. O prelado indicou que os textos poderão ser úteis para o processo de beatificação de João Paulo II, cuja abertura foi anunciada por Bento XVI no dia 13 de Maio.