A secretária de Estado de Serviços Sociais na Espanha, Amparo Valcarce, está na origem de uma nova polémica que marca as relações difíceis entre o Governo de Zapatero e a Igreja Católica no país. Em Espanha, o Estado reserva à Igreja uma percentagem do imposto sobre o rendimento de cada contribuinte, mas Valcarce pediu aos espanhóis que não optem por beneficiar a Igreja na sua declaração de impostos, optando por marcar a casa "outros fins".
De acordo com o jornal católico “La Razón”, “a funcionária parece ignorar que a Igreja economiza ao governo espanhol a impressionante soma de 31 mil milhões de Euros por ano”.
“Isto é o custaria ao Estado espanhol para substituir o trabalho social que realiza a Igreja: levantar colégios e hospitais, atender os doentes, idosos, marginalizados, crianças e indigentes, manter as instalações... toda uma rede que se sustenta graças ao esmerado e silencioso trabalho dos católicos”, indicou o jornal.
O “La Razón” sustenta que “a obra social da Igreja é muito ampla”. Segundo dados do ano 2000, só com as contribuições monetárias do Cáritas (155 milhões, dos quais 47 a cargo do Estado), “Mãos Unidas” (43 milhões em 2003, com uma ajuda estatal de 9 milhões) e Obras Missionárias Pontifícias, (21 milhões em 2000), o Estado teria poupado 163 milhões. Além disso, a Igreja financia 80% do património histórico e artístico da Espanha.