Nove mulheres, uma canadiana e oito americanas, "ordenaram-se" sacerdotisas e diaconisas, segunda-feira, numa cerimónia no rio Saint-Laurent, em Gananoque, Canadá.
Recentemente, várias mulheres foram "ordenadas" na Europa em cerimónias similares. O Vaticano excomungou em 2003 as primeiras sete mulheres “ordenadas” sobre o rio Danúbio, entre a Alemanha e a Áustria, pelo que estas mulheres e a(s) pessoa(s) que preside(m) à cerimónia não estão em comunhão com a Igreja Católica.
D. Anthony Meagher, o arcebispo de Kingston, diocese do sul de Ontário onde se situa Gananoque, emitiu um comunicado dizendo que esta ordenação não existiu. "Estas pessoas não têm autoridade para fazer ordenações", sublinhou.
As mulheres que têm promovido uma série de “ordenações sacerdotais católicas" na Europa e na América vão promover um Congresso no início do próximo ano, em Paris, para pedir a Bento XVI uma “profunda reforma das estruturas eclesiásticas”.
O congresso será realizado pela organização francesa “Femmes et Hommes en Eglise”, que considera que as mulheres estão “excluídas” da Igreja por não poderem ser ordenadas.
Em 2004, a Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pelo então Cardeal Joseph Ratiznger, escreveu uma Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo. No texto referia-se que “as mulheres desempenham um papel de máxima importância na vida eclesial” e recordava-se “o facto de a ordenação sacerdotal ser exclusivamente reservada aos homens (dado reafirmado pelo Papa João Paulo II na Carta apostólica Ordinatio sacerdotalis de 22 de Maio de 1994, ndr)”, considerando que isso “não impede as mulheres de terem acesso ao coração da vida cristã”.