Novo Beato para Cuba Ordem Hospitaleira 29 de Novembro de 2008, às 11:00 ... Beatificação do Padre Olallo Valdés terá lugar este Sábado na cidade de Camagüey, em Cuba O Servo de Deus, Venerável, José Olallo Valdés nasceu em Havana, na Ilha de Cuba, a 12 de Fevereiro de 1820. Filho de pais desconhecidos, foi entregue à Casa Berço S. José, de Havana, onde, no dia 15 de Março de 1820, recebeu o baptismo. Viveu e foi educado na mesma Casa Berço até aos 7 anos e, depois, em instituições de Caridade, revelando-se um menino sério e responsável; aos 13-14 anos de idade entrou para a Ordem Hospitaleira na comunidade do Hospital dos Santos Filipe e Santiago, de Havana. Superando os obstáculos que pareciam interpor-se à sua vocação, perseverou na sua decisão, emitindo a profissão como religioso hospitaleiro. Em Abril de 1835 foi destinado à cidade de Puerto PrÃncipe (hoje Camagüey), integrando-se na comunidade do Hospital de S. João de Deus; em 54 anos ausentou-se do hospital apenas uma noite, e por causas alheias à sua vontade. Aos 25 anos torna-se Enfermeiro-mor do Hospital e, mais tarde, em 1856, Superior da Comunidade. Durante toda a sua vida teve que enfrentar grandes sacrifÃcios e dificuldades, mas fê-lo sempre com rectidão e força de espÃrito: a sua vida consagrada à hospitalidade não foi afectada durante o perÃodo de supressão das Ordens Religiosas por parte do governo liberal espanhol, que implicou também a confiscação dos bens eclesiásticos. De 1876, ano em que morreu o último irmão da sua Comunidade, até à data da sua morte, em 1889, permaneceu só, mas continuou a ocupar-se da assistência aos doentes com a mesma magnanimidade, mantendo-se sempre fiel a Deus, à sua consciência, à sua vocação e ao carisma, humilde e obediente, com nobreza de coração, respeitando, servindo e amando até mesmo os ingratos, os inimigos e os invejosos, sem nunca abandonar os votos religiosos. Durante a Guerra dos Dez Anos (1868-1878) mostrou-se cheio de coragem na guarda daqueles que tinha sob a sua responsabilidade, sempre prudente e sem manifestar rancor, trabalhando em favor de todos, mas com preferência pelos mais fracos e pobres, os idosos, os órfãos e os escravos. Teve que ceder perante as exigências das autoridades militares no sentido de transformar o centro em hospital de sangue para os soldados, mas sem deixar de acolher os civis mais necessitados, sem fazer quaisquer distinções de ideologia, raça ou religião. Durante os momentos e situações mais difÃceis dos conflitos bélicos, mesmo pondo em perigo a sua própria vida, com “doce firmeza†socorria e assistia os prisioneiros e feridos da guerra, sem ter em conta a sua proveniência social ou polÃtica, defendendo inclusivamente aqueles que não tinham autorização do governo para serem tratados, nem se deixando intimidar pelas ameaças e proibições, e obtendo por tudo isso o respeito e a consideração das próprias autoridades militares. Perante elas, pôde mesmo interceder em favor da população de Camagüey num momento de especial tensão e perigo, evitando assim um massacre de civis. Perseverando na vocação, através da sua bondade doce e serena fez do quarto voto de Hospitalidade, especÃfico dos religiosos de S. João de Deus, não só um ministério de amor e de serviço à s pessoas doentes, mas um modo de ardente apostolado, destacando-se na assistência aos moribundos e agonizantes que acompanhava nas suas últimas horas de existência na passagem para uma vida melhor. Distinguiu-se pois, sempre, pela sua infinita bondade, merecendo por isso ser chamado “apóstolo da caridade†e “pai dos pobresâ€, apelativos que sintetizam perfeitamente o testemunho heróico do Beato Olallo. Modesto, sóbrio, sem aspirações de qualquer género excepto a de se consagrar unicamente ao ministério misericordioso, renunciou ao sacerdócio e caracterizou-se pelo seu espÃrito humanitário e pela sua competência profissional, mesmo como médico-cirurgião, apesar de ser autodidacta. Viveu longe das aclamações, rejeitando honrarias para poder fixar o seu olhar unicamente em Jesus Cristo, que reconhecia no rosto dos que sofrem. A sua humildade, em fidelidade ao seu carisma, manifestou-se na renúncia ao sacerdócio quando para isso foi convidado pelo seu Arcebispo, porque a sua vocação era o serviço dos doentes e dos pobres; as testemunhas, finalmente, falam-nos de uma fidelidade total à sua consagração como religioso na prática dos votos da obediência, castidade, pobreza e hospitalidade. A sua morte, ocorrida a 7 de Março de 1889, foi definida como a “morte de um justoâ€: falecimento, velório, funeral e sepultura, com o monumento-mausoléu erguido depois por subscrição popular, expressavam reverência e veneração das pessoas por aquele que fora o seu admirado protector. A partir de então, o seu túmulo seria continuamente visitado. Tinha morrido, mas permanecia vivo no coração do povo que continuava a chamá-lo “Padre Olalloâ€. A fama popular de santidade que o cercava brotava da sua vida de homem modesto, justo e de espÃrito generoso, enquanto modelo de virtudes, com um coração ardente de amor pelos “meus irmãos favoritosâ€: sóbrio, jovial, afável, mas sobretudo sublime Servidor da caridade. O Beato Olallo sobre ser um imitador fiel do seu Fundador. Deus era a sua vida e, por conseguinte, iluminado pelo amor de Deus, devolvia da mesma maneira tanto amor. “Deus ocupou o primeiro lugar nas suas intenções e nas suas obras: fixando os seus olhos no bem, trazia constantemente Jesus na almaâ€. Esta heróica caridade teve a sua base numa fé que reconhecia a “Deus como seu próprio pai, e Jesus crucificado era o segredo da sua fidelidade ao amor de Deus que motivava cada uma das suas obrasâ€. Mesmo sendo de espÃrito tenaz, foi sempre dócil aos desÃgnios de Deus para enfrentar e sustentar as duras tarefas diárias impostas pelo trabalho hospitalar e pelas difÃceis e delicadas situações que comportaram riscos para a sua própria vida, procurando sempre o bem dos seus doentes. Imediatamente após a morte do Padre Olallo, a sua fama de santidade foi aumentando diariamente cada vez mais, principalmente entre as pessoas da cidade de Camagüey que atribuÃam à sua intercessão a obtenção ininterrupta de graças e auxÃlio. Aberto em 1990, por ocasião do centenário da sua morte, o Processo de estudo da Causa da sua santidade na diocese de Camagüey (Cuba), a 16 de Dezembro de 2006, foi reconhecida a heroicidade das suas virtudes. Igualmente, depois da celebração do Processo diocesano sobre um presumÃvel milagre, que consistiu na cura da menina Daniela Cabrera Ramos, de 3 anos de idade, na mesma diocese de Camagüey, a sua cura foi reconhecida como verdadeiro milagre por sua Santidade Bento XVI com o Decreto de 15 de Março de 2008. A cerimónia de Beatificação do Padre Olallo Valdés terá lugar na cidade de Camagüey, em Cuba, esta Sábado, dia 29 de Novembro, e será presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins. Postulação Geral da Ordem Hospitaleira Hospitaleiros Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...