D. Alberto Ricardo da Silva foi ontem ordenado como novo bispo de Díli, numa celebração que decorreu junto do monumento de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, no bairro de Lecidere, defronte da residência oficial do bispo de Díli.
Presntes na cerimónia estiveram nove bispos, entre os quais D. Tomaz Silva Nunes, secretário-geral da CEP, além das autoridades civis e militares de Timor- Leste e representantes do corpo diplomático.
D. Alberto Ricardo, de 60 anos, era reitor do seminário da capital timorense desde 2000 e foi nomeado no passado dia 7 de Março pelo Vaticano para substituir D. Carlos Ximenes Belo.
Desde 26 de Novembro de 2002, aquando da demissão de D. Ximenes Belo do cargo, que a diocese de Díli era administrada por D. Basílio do Nascimento, agora responsável exclusivamente pela Diocese de Baucau.
Com duas dioceses, Díli e Baucau, Timor-Leste caminha para uma Conferência Episcopal própria. A criação de uma terceira diocese em Same, distrito de Manufahi, como passo decisivo, é um anseio antigo dos principais responsáveis religiosos timorenses.
Os desafios do novo Bispo
A Diocese de Díli, erecta no ano de 1940, está sujeita directamente à Santa Sé. Tem uma extensão de 7.767 quilómetros, 514.089 católicos, 28 paróquias, 78 sacerdotes, 203 religiosas e 45 candidatos ao sacerdócio
Na entrevista que concedeu à Agência ECCLESIA antes da sua ordenação, D. Alberto Ricardo explicava que “os meus planos em concreto neste começo passarão pela preocupação com a instrução e a formação dos católicos para uma vivência profunda da fé e é nesta linha que vamos trabalhar”.
O novo líder da Diocese de Díli afirmou que “a Igreja continua a formar as pessoas em função do seu compromisso de cristãos e é necessário, nas actuais circunstâncias, que continuemos a dar a mão às pessoas necessitadas, que precisam de viver dignamente, na justiça, no amor, na cooperação mútua”
O novo Bispo de Díli nasceu em Aileu, no dia 24 de Abril de 1943, tendo sido ordenado sacerdote em Portugal, no dia 15 de Agosto de 1972. A sua ligação a Portugal é bastante forte e diz que o apoio do nosso país “é imprescindível para arrancar com os projectos de formação de pessoas, a instrução, até mesmo o desenvolvimento do ensino da língua portuguesa”.
D. Alberto Ricardo já se reuniu com o Papa e a Secretaria de Estado do Vaticano, que lhe comunicaram total confiança “na Igreja florescente em Timor".
Nestas conversas, revelou ainda, “tocou-se na possibilidade de se avançar para uma terceira Diocese em Timor-Leste”, hipótese que ainda precisa de “tempo”. Esta necessidade vem, também, do crescimento da Igreja.
“Há muita esperança no desenvolvimento da Igreja em Timor. É hora de esquecer o passado e abrir os braços aos que nos querem ajudar, de modo especial a Portugal, e fazer que todos se convençam das suas responsabilidades para construir a nação que todos desejamos”, foi a mensagem final que o novo Bispo de Díli deixou na sua entrevista.