O representante do Papa em Bagdad criticou duramente a política seguida pelos EUA no Iraque, considerando que “os norte-americanos não dominam a situação”
“Não sei se conseguirão retomar as rédeas do país”, referiu o Núncio Apostólico Fernando Filoni ao jornal italiano “Le Giornale”.
Fazendo um balanço muito crítico da presença dos EUA no Iraque, há mais de um ano, D. Filoni assegura que “Washington não compreendeu que nunca serão amados pela população iraquiana, que não tolera a ocupação”.
“Os americanos deveriam ter a coragem de transferir imediatamente o poder para o Conselho de Governo”, atira.
De acordo com este responsável católico, os iraquianos precisam de um líder que “fale a sua linguagem” e duvida que o administrador civil norte-americano consiga desempenhar esse papel.
“Se o administrados saísse do seu bunker e se passeasse pela cidade, compreenderia que as coisas não vão bem”, acusa.
O prelado lamenta que a situação se tenha deteriorado, no último ano, e que os serviços essenciais não cheguem à população, “farta de promessas”.
“Em alturas de caos, infelizmente, cada um se organiza como pode”, lamenta.
O Núncio manifestou ainda o seu espanto pela falta de segurança reinante em Bagdad e pela vaga de raptos dos últimos dias.
