Vaticano

O medo marca a vida dos cristãos no Iraque

Octávio Carmo
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O Patriarca caldeu Emmanuel Delly revelou que, em consequência dos recentes atentados que atingiram igrejas cristãs, é cada vez maior o sentimento de medo e receio entre a população cristã no Iraque. “A violência cresceu e devemos estar atentos, porque é provável que se repitam outros episódios similares de violência. Toda a população tem medo, porque quando uma bomba rebenta não faz distinção e destrói tudo o que está num raio de um quilometro”, reconheceu em declarações à agência Asianews. De acordo com o líder da maior comunidade católica no país, os são os terroristas, vindos de fora “quem combate e espalha a violência no país”. “Há pessoas que querem o bem do Iraque, mas o que podem fazer contra pessoas que não têm medo de Deus?”, disse. Sobre a situação dos cristãos, o Patriarca assegura que é preciso “ser optimistas, e permanecer no Iraque para trazer a verdadeira paz”. “Estamos convencidos de que esta tempestade passará”, afirmou D. Delly. Pelo menos três pessoas morreram e 45 ficaram feridas nesta segunda-feira, em explosões ocorridas em frente a duas igrejas no sul de Bagdad. Neste momento, numa população de 22 milhões de habitantes, o número de cristãos no Iraque é de cerca de 750 mil. Destes, 70% fazem parte da Igreja Católica caldeia. Cinco igrejas de Bagdad foram alvo de uma série de ataques simultâneos a 19 de Outubro que não fizeram vítimas. A minoria cristã já tinha sido alvo de actos de violência em Agosto, quando seis atentados contra locais de culto cristãos causaram 10 mortos e 50 feridos em Bagdad e Mossul.


Guerra do Iraque