O recrutamento de crianças para frentes de combate continua a crescer na América, Ásia e África, mas o drama dos pequenos combatentes não termina aí.
A Radio Vaticano entrevistou um missionário xaveriano, que relata o difícil processo de reintegração das crianças-soldado que combateram na guerra civil da Serra Leoa. Segundo Pe. Giuseppe Berton, que trabalha na reintegração desses jovens, eles são, muitas vezes, rejeitados pela comunidade, “por terem participado de actos de violência durante a guerra.”
De acordo com as Nações Unidas, na Serra Leoa, de Maio de 2001 a Janeiro de 2002, foram libertados mais de seis mil meninos-soldado que tinham combatido nas tropas rebeldes e governamentais.
O Pe. Berton afirma que “estes jovens não conseguem adaptar-se à vida civil, tarefa difícil porque muitos deles foram retirados das suas famílias quando eram pequenos, e apenas conheceram a guerra”.
“A guerra deixou feridas profundas no país, mas os jovens que se recuperaram, não trazem ódio em seus corações”, recordou o missionário.