Um padre da Igreja Católica “clandestina” na China foi detido pela polícia chinesa, denunciou hoje uma fundação norte-americana de defesa de liberdades religiosas. O Pe. Zhao Kexun, 75 anos, da diocese Xuanjua - situada na província de Hebei, vizinha de Pequim -, foi detido quarta-feira pela polícia, depois de celebrar uma missa.
"Esta é mais uma prova evidente dos esforços sistemáticos do governo chinês para esmagar e erradicar a Igreja Católica Romana", criticou Joseph Kung, presidente da Fundação Cardial Kung, num comunicado à imprensa.
Segundo a Fundação Kung, só na província de Hebei, há cinco bispos e 24 padres católicos romanos detidos, enquanto outros quatro bispos estão sob forte vigilância. A agência AsiaNews, do Instituto Pontifício para as Missões Estrangeiras (PIME), está a promover uma campanha em favor da libertação de 18 Bispos e 20 padres detidos pelo governo chinês.
A Igreja clandestina na China, fiel ao Papa, é formada por católicos que não aceitam o controlo exercido pelo governo comunista através da Associação Patriótica Católica, instituição que se atribui o direito de nomear bispos ou controlar outros muitos aspectos da vida da Igreja. Embora o Partido Comunista (68 milhões de membros) se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais, entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos.
A agência do PIME refere que “a luta contra as comunidades não oficiais tem vindo a crescer”.
“Desde os anos 90, Pequim lançou uma verdadeira campanha de eliminação das comunidades subterrâneas de todas as religiões e em particular as católicas, acusadas de terem ligações ao Papa e ao Vaticano, considerado uma potência estrangeira”, explica a AsiaNews.