Vaticano

Padres fiéis ao Vaticano libertados na China

Octávio Carmo
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A República Popular da China libertou sete sacerdotes católicos fiéis ao Vaticano que se encontravam presos desde a semana passada, indicou hoje a Fundação Cardeal Kung. A organização de defesa dos direitos religiosos revelara que os padres tinham sido abordados pelas forças policiais aquando de um retiro espiritual perto de Shijiazhuang, na província de Hebei. Joseph Kung, presidente Fundação, revelou que os detidos foram libertados desde vários departamentos de segurança, sem que se conheçam mais detalhes do ocorrido. Os sete sacerdotes, com idades entre os 30 e os 50 anos, tinham-se deslocado desde as suas paróquias para um retiro espiritual dirigido pelo bispo não-oficial da diocese, D. Julius Jia Zhiguo. O prelado, bispo desde 1980, passou quase todo o seu ministério episcopal em prisão domiciliária e esteve vinte anos na prisão. A Igreja clandestina na China, fiel ao Papa, é formada por católicos que não aceitam o controlo exercido pelo governo comunista através da Associação Patriótica Católica, instituição que se atribui o direito de nomear bispos ou controlar outros muitos aspectos da vida da Igreja. Embora o Partido Comunista (68 milhões de membros) se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais, entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos. A agência AsiaNews, do Instituto Pontifício para as Missões Estrangeiras (PIME), está a promover uma campanha em favor da libertação de 18 Bispos e 20 padres detidos pelo governo chinês. A China diz, pelo menos há 20 anos, que as relações diplomáticas com o Vaticano não existem porque a Santa Sé mantém relações com Taiwan e que, antes de estabelecê-las, necessita de que o Vaticano as interrompam com Taiwan. O segundo argumento do governo chinês é que o Vaticano não deve interferir nos assuntos internos da Igreja na China, em particular com nomeações de bispos.


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