Vaticano

Países pequenos querem mudanças na ONU

Octávio Carmo
...

A esmagadora maioria dos países que não são membros do Conselho de Segurança quer limitar o poder dos países que ganharam a II Guerra Mundial. A constatação foi feita pelo secretário para a Informação da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, em entrevista ao programa “Igreja Lusófona” da Fundação Evangelização e Culturas. “As nações Unidas precisam de reformas internas, adequando a instituição ao mundo que hoje temos em relação ao seu contexto original. Alguns estão mais interessados em defender mais os próprios países do que a ‘Sociedade das Nações’”, revelou. Lamentando os desencontros entre pronunciamentos da Assembleia Geral e do Conselho Geral, Adalaberto Júnior contesta sobretudo as decisões tomadas em relação aos países pobres: “infelizmente os países com menos peso a nível da balança orçamental têm lugar nas Nações Unidas, mas têm expressão bastante reduzida nas decisões globais”. Estes países, assegura, nem sequer têm capacidade para impor os preços das suas matérias-primas, sintoma de uma “voz muito fraca na defesa dos seus próprios interesses.” Para este responsável os equilíbrios do mundo mudaram e há grandes riscos em questões difíceis de controlar, onde são necessários esforços colectivos. “As leis do Mercado impõem-se sobre a vontade de diminuir a diferença entre Norte e Sul”, acusa. Em relação ao papel da ONU, em Angola, Adalaberto Júnior assegura que esta foi uma intervenção sem consenso em termos internos angolanos. “As missões coincidiriam com momentos dramáticos e guerra muito violenta, foi difícil conciliar interesses; o “mercado angolano” interferiu nesta presença da ONU no país”, concluiu.


Nações Unidas