Bento XVI deixa mensagem ao mundo muçulmano numa visita à Mesquita mais importante de Jerusalém
Bento XVI tornou-se o primeiro Papa a entrar na Mesquita da Cúpula da Rocha, a mais importante de Jerusalém e parte do complexo que é o terceiro lugar sagrado do Islão.
No local, o Papa deixou uma mensagem em favor da cooperação e do “diálogo sincero” como forma de “superar incompreensões e conflitos do passado” em favor da “construção de um mundo de justiça e de paz para as futuras gerações”.
“Devemos trabalhar para salvaguardar os corações humanos do ódio, da raiva ou da vingança”, disse.
Bento XVI foi recebido pelo Grão-Mufti, Muhammad Ahmad Hussein. Como sinal de
respeito, o Papa retirou os sapatos antes de entrar no recinto.
Depois de uma breve visita ao local, o papa foi acompanhado a uma sala onde o aguardavam os representantes da comunidade muçulmana: “Num mundo tristemente lacerado por divisões, este lugar sagrado serve de estímulo e constitui um desafio para homens e mulheres de boa vontade”.
O Papa destacou a importância de os fiéis das grandes religiões monoteístas viverem em “fidelidade ao Único Deus, o Criador”, a qual leva a “reconhecer que os seres humanos estão fundamentalmente ligados uns aos outros, porque todos recebem a própria existência de uma só fonte e são remetidos para uma meta comum”.
“Marcados por esta imagem indelével do divino, os fiéis são chamados a desempenharem um papel activo para aplacar as divisões e promover a solidariedade humana”, defendeu.
Em conclusão, Bento XVI pediu aos presentes: "Empenhemo-nos paraa viver em espírito de harmonia e de cooperação, testemunhando o Deus Único mediante o serviço que generosamente prestamos uns aos outros".
Muhammad Ahmad Hussein, por seu lado, apelou ao Papa para que desempenhe um “papel activo” contra o que classificou como “agressão” de Israel em relação ao povo da Palestina.
O Grão-Mufti leu uma carta, que foi entregue posteriormente a Bento XVI.