Por ocasião da comemoração dos dez anos da publicação da encíclica “Evangelium Vitae”, de João Paulo II, um outro livro foi lançado, na Sexta-feira Santa, sobre a defesa dos mais desfavorecidos.
Defendendo a felicidade a que todos têm direito, Tugdual Derville refere que o actual estado frágil do Papa polaco é um «argumento vivo» para o respeito devido às pessoas mais frágeis e vulneráveis.
Para o autor de “Felicidade ferida — o aborto, o eugenismo e a eutanásia em questão”, aquela encíclica papal foi «uma das contribuições mais importantes e profundas para a promoção da paz e dos direitos humanos».
De acordo com as suas declarações, «o texto de João Paulo II revela uma riqueza extraordinária» no que diz respeito aos direitos da vida.
Para o fundador do movimento de acolhimento de crianças incapacitadas “Com os braços abertos”, este chamamento ao respeito pela vida deve ser encarado como «a resposta a uma das grandes injustiças da nossa sociedade».
Dentro do seu trabalho, enquanto delegado geral da “Aliança para os Direitos da Vida”, salienta que assistiu a inúmeros casos pessoais em que constatou que o aborto e a eutanásia não são temas de sociedade «desencarnados», mas de «dramas íntimos e dolorosos, com consequências incalculáveis». Como tal, adverte este jurista, licenciado em Ciências Políticas, nestes casos «todo o mundo é vítima, pois agressor e agredido são os mesmos, sem haver um vencedor».
Derville denuncia no seu livro a injustiça contra as mulheres afectadas pelo aborto e contra as pessoas incapacitadas, insistindo que a «busca pela nossa felicidade não pode ser aniquilada».
Nesse aspecto, «há que fazer um grande esforço por ajudar todas essas pessoas, de modo a verem que podem ser integradas a nível sócio-profissional».
No entanto, este pai de família reconhece que, actualmente, é difícil lidar e solucionar estes tipos de problemas, apelando ao desafio de todas as pessoas para «testemunharem a sua humanidade».
«Como cristão, particularmente nesta Semana Santa, e dez anos depois da encíclica “Evangelium Vitae”, parece-me essencial meditar sobre este mistério na contemplação da cruz, fonte de vida», aconselha Derville.