O Núncio Apostólico em Angola, D. Angelo Beccio, revelou que o Papa segue com “preocupação” a actual situação em Cabinda, mas frisou esperar que o clero local esteja “animado de boa vontade” para ultrapassar o diferendo despoletado pela nomeação de D. Filomeno Vieira Dias, natural de Luanda, como novo Bispo da Diocese.
Para o representante do Papa, que falava à imprensa após uma audiência com o ministro angolano dos Negócios Estrangeiros, é possível “resolver a situação com a boa vontade dos padres e de cada uma das pessoas que se sentem preocupadas com a situação”.
D. Angelo Beccio referiu ter apresentado ao chefe da diplomacia angolana “algumas preocupações dos padres de Cabinda”, classificando as respostas recebidas como “satisfatórias”. Esta audiência ocorreu poucos dias depois da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST) ter acusado os padres da Diocese de Cabinda de serem os responsáveis pela crise e realçado as condições do diálogo para se encontrar uma solução: “boa vontade, acolhimento respeitoso e sinceridade”.
No Sínodo dos Bispos, a decorrer no Vaticano, está apenas presente um Bispo angolano. D. Gabriel Milingi, Bispo de Luena e vice-presidente da Conferência Episcopal Angolana, confessou à Rádio Renascença que a situação do país não é fácil, mas que existe vontade de melhorar.
"O quadro actual é de um país que está a sair da guerra e, depois da assinatura da paz, está a trabalhar para a reconstrução nos vários domínios", diz D. Gabriel Milingi.
