«Trocar os tesouros do Vaticano por comida para a África». Com esta mensagem, um internauta espanhol abriu um espaço no Facebook, a que rapidamente aderiram milhares de membros da rede social.
O presidente do Conselho Pontifício “Cor Unum”, organismo da Santa Sé responsável pela orientação e coordenação entre as organizações e as actividades caritativas promovidas pela Igreja Católica, Cardeal Paul Josef Cordes, esclarece que, independentemente do aspecto provocador ou ideológico da proposta, o Papa não poderia aplicá-la, pois o direito internacional impede-o de tal.
Em declarações à agência Zenit, o Cardeal alemão lembra que já ouve este tipo de propostas há 40 anos.
Segundo este responsável, a Igreja “tem a tarefa de conservar as obras de arte em nome do Estado Italiano. Não pode vendê-las”.
“Em todas as nações há medidas para a defesa das obras de arte, porque o Estado deve mantê-las”, declara D. Cordes, recordando que os bens da Santa Sé também fazem parte da história cultural da Itália.
O Cardeal recorda, por outro lado, que sem a obra da Igreja Católica, o sistema de saúde e educativo de algumas regiões da África não existiria. “Presidentes africanos reconhecem-no quando vêm encontrar-se com o Papa”, explica.
Para o presidente do “Cor Unum”, ao atrair o interesse dos meios de informação do mundo com a sua próxima viagem à África (Camarões e Angola), de 17 a 23 de Março, o Papa centrará a atenção nas necessidades que a África vive, impulsionando ao mesmo tempo medidas concretas de autêntica solidariedade e respeito.