Vaticano

Parlamento Europeu debate tráfico de órgãos em Moçambique

Octávio Carmo
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O Parlamento Europeu agendou para hoje à tarde, no plenário de Estrasburgo, um debate de urgência sobre a problemática do tráfico de órgãos humanos. Esta decisão é uma resposta à proposta do deputado português José Ribeiro e Castro, formalizada através do grupo UEN - União para a Europa das Nações. O debate será introduzido por uma declaração da Comissão Europeia e outra do Conselho. O Pe. Firmino Cachada, do Centro Espiritano Europeu de Cooperação para o Desenvolvimento (CSECD), confirmara à Agência ECCLESIA, na semana passada, que a Igreja Católica está a lutar, junto do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, para que a União Europeia assuma uma posição sobre os casos de tráfico de crianças e órgãos humanos, em Nampula, trazidos a público pelos missionários católicos. O CSECD, organização especializada na temática dos direitos humanos, está em ligação com os religiosos e religiosas presentes em Moçambique e o próprio arcebispo de Nanmpula. Ontem, pela primeira vez desde que rebentou o escândalo nesta província moçambicana, a polícia assumiu a existência de tráfico de órgãos. Uma mulher de 39 anos e um bebé de dois meses foram assassinados em Nampula, na passada semana, tendo-lhes sido extraídos os órgãos genitais. Segundo um comunicado da polícia, encontram-se detidos seis suspeitos, três dos quais já confessaram o seu envolvimento nos dois homicídios. Os novos dados avançados pela polícia contrariam a tese defendida pelo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, que em conferência de imprensa conjunta com Durão Barroso, assegurou que não havia “qualquer indício de tráfico de órgãos humanos em Nampula”.


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