Páscoa no Iraque
Os cristãos iraquianos viveram o Domingo da Ressurreição do Senhor à luz da sua situação presente, a primeira Páscoa do pós-Saddam.
“A comunidade cristã vive a sua primeira Páscoa após todos estes anos de regime entre a esperança e a apreensão pelo futuro”, constatou o Núncio Apostólico em Bagdad, Arcebispo Fernando Filoni.
A capital iraquiana reuniu centenas de fiéis nas várias igrejas de Bagdad para celebrar o triunfo da vida sobre a morte, “a alegria que se segue à dor”, como disse na sua homilia o Pe. Boutros Haddad, da paroquia caldeia da Virgem Maria.
Todos os ritos da Semana Santa foram antecipados para a tarde, de modo a poderem decorrer na maior segurança, o que coloca em relevo o maior problema neste momento da vida do povo iraquiano: “a ordem pública ainda não foi reposta, continua a ser essa a principal dificuldade após o conflito militar”, revela D. Filoni.
O fervor dos fiéis neste Domingo de Páscoa não foi diminuído em nada pelas semanas de guerra e ocupação anglo-americana, como constatam os jornalistas ocidentais presentes no local. Muitos iraquianos confessaram, ainda assim, a sua tristeza por não poder seguir em directo a mensagem “Urbi et Orbi” de João Paulo II, mas estavam certos de que ele rezaria pelo Iraque, como se veio a verificar.
As comunidades cristãs do resto do país acolheram vários milhares de cristãos que fugiram da capital do Iraque, sobretudo para as cidades do Norte, acrescentou o Núncio Apostólico.