Vaticano

Pequim garante que respeita direitos humanos

Fundação AIS
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O Governo de Pequim publicou ontem um Livro Branco de 41 páginas sobre direitos humanos onde recorda que a partir de 2004 a Constituição da República Popular da China passou a garantir as liberdades fundamentais dos cidadãos. Segundo informou a Rádio Renascença, o documento assegura que “as liberdades de informação, de expressão e de imprensa são respeitadas†e que a liberdade religiosa está igualmente garantida. O Governo chinês sublinhou ainda as recentes acções governamentais para impedir os abusos por parte das autoridades, no que se refere a detenções ilegais, extorsões de confissões sob tortura e maus-tratos a prisioneiros. Numa altura em que a China tem procurado o levantamento, por parte da União Europeia, do embargo à venda de armas imposto desde o massacre de Tiananmen em 1989, as organizações internacionais de defesa de direitos humanos continuam a denunciar casos de perseguições por motivos políticos e religiosos. A Human Rights Watch divulgou recentemente um relatório sobre a repressão contra os Uighurs, um grupo étnico muçulmano de 8 milhões de pessoas que habitam maioritariamente na região de Xinjiang (Nordeste da China). De acordo com este relatório, realizado com base em documentos internos do Partido Comunista Chinês, um representante local do Governo terá afirmado que “um dos principais desafios†para as autoridades de Xinjiang é “gerir a religião e guiá-la de forma a subordiná-la à tarefa central da construção económica e à unificação da pátriaâ€. O documento acrescenta que as autoridades impõem “sessões de autocrítica†aos clérigos muçulmanos, a vigilância das mesquitas, afastam professores de religião das escolas, classificando de “actos separatistas†(crime que pode ser punido com a pena de morte) qualquer protesto contra as políticas estatais vindos de indivíduos de etnia Uighur. “Ao passo que outros chineses gozam de uma crescente liberdade de culto, os Uighurs, como os Tibetanos, vêem a sua religião ser utilizada como instrumento de controloâ€, afirmou Brian Adams, responsável da Human Rights Watch pela Ãsia. Paralelamente a estas denúncias, Joseph Kung, director da Fundação Cardeal Kung – uma organização que tem vindo a denunciar a perseguição por parte das autoridades chinesas aos cristãos chineses “clandestinosâ€, que mantém a sua fidelidade à Santa Sé – escreveu recentemente um artigo no Asian Wall Street Journal onde recorda que Pequim já deteve 3 bispos e outros dois representantes da Igreja católica desde o início deste ano. “Pequim continua a colocar os católicos da China numa situação impossível, insistindo que a Associação Católica Patriótica da China – a Igreja “oficial†– continue a ser inteiramente independente face ao Papaâ€, acrescenta. Lembrando que João Paulo II nunca foi autorizado pelo Governo chinês a visitar o país, Joseph Kung refere que “o Vaticano nunca poderá restabelecer as relações com a China a menos que Pequim aceda a unificar a Igreja clandestina com aquela que é controlada pelo Estado, num único corpo e sob a autoridade do Papaâ€. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre


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