A China criticou com dureza o recente relatório do governo dos EUA sobre a falta de liberdade religiosa no mundo, o qual define a China como um dos países “que preocupam Washington”.
“Opomo-nos firmemente a este relatório, que não olha à verdadeira situação existente no país”, declarou em conferência de imprensa Kong Quan, porta-voz do Ministério chinês das Relações Externas.
O porta-voz destacou que, na China, a liberdade religiosa é garantida pela Constituição e por outras leis, e que a sua defesa é tarefa de numerosos funcionários do governo, em todos os níveis. Pequim considera que o relatório de Washington é uma ingerência indevida nos assuntos internos da China.
A sexta edição do relatório anual do Departamento de Estado sobre a liberdade de religião no mundo passa em revista a situação em todos os países, à excepção dos Estados Unidos e do Iraque, com o argumento que durante o período analisado (Julho 2003/Junho 2004), este país estava sob administração norte-americana.
Tal como em anos anteriores, a China, país mais populoso do mundo, é apontada pela "sua repressão particularmente severa" da liberdade de culto.
O relatório deste ano aponta a China, a Coreia do Norte, Myanmar, Vietname, Sudão e Irão como países que “preocupam” Washington, devido ao seu “contínuo tratamento brutal contra os fiéis”.
O documento acusa o governo chinês de reprimir o Budismo tibetano, os muçulmanos uygures, os católicos fiéis a Roma e ao Papa, os protestantes clandestinos e os membros da seita Falun Gong.
Embora o Partido Comunista (68 milhões de membros) se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais, entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis.
Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos.
O baptismo e o ensino religioso entre menores de 18 anos são punidos na China com prisão ou confinamento aos “campos de reeducação pelo trabalho”.