Vaticano

Peregrino do ecumenismo e do diálogo das religiões

Octávio Carmo
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Simpósio dos cardeais sobre o Pontificado de João Paulo II

O Cardeal Nasrallah Pierre Sfeir, Patriarca de Antioquia dos Maronitas, avaliou a acção de João Paulo II nas áreas do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, pondo em relevo a importância das suas viagens e do contacto pessoal com líderes de outras confissões. “Um peregrino do ecumenismo” e do diálogo das religiões, foi assim que o Papa foi apresentado na manhã de hoje. As duas jornadas de Oração pela paz em Assis (1986 e 1999), que juntou responsáveis de inúmeras religiões, serviram para ilustrar o compromisso do Papa neste diálogo. Embora se tenha limitado a analisar as relações com o Islamismo e o Judaísmo, o prelado deixou bem claro que a criação do Conselho Pontifício para o diálogo inter-religioso é um sinal claro do “comportamento respeitoso” de João Paulo II em relação às outras religiões. Cento e quarenta nove cardeais, mais de cem presidentes de Conferências episcopais, uma dezena de chefes de Dicastérios e vinte oito dos prelados que o Papa irá criar cardeais no próximo dia 21 estiveram presentes nas conferências desta manhã. A célebre viagem a Marrocos, em 1985, onde o Papa falou a uma multidão de jovens foi recordada como um dos expoentes máximos da capacidade dialogante de João Paulo II. Em relação ao Judaísmo, a viagem à Terra Santa no ano 2000, em que o Papa deixou uma oração no muro ocidental do templo de Jerusalém, foi outro dos marcos apresentados. No que diz respeito ao diálogo, nem sempre fácil, com outras denominações cristãs, o cardeal Sfeir destacou a importância dada pelo Papa à oração, à formação ecuménica dos ministros da Igreja Católica e à criação de especialistas nesta área, lembrando que desde a sua eleição João Paulo II tem estimulado aquilo que viria a ser o Conselho Pontifício para a Unidade dos cristãos (1988), “Para João Paulo II o ecumenismo é um compromisso definitivo assumido pela Igreja católica. Estabelecer contactos pessoais com diferentes chefes de igrejas ou comunidades sempre fez parte das visitas pastorais do Papa”, destacou. A avaliação do caminho percorrido é “mais ou menos satisfatória”, segundo o cardeal Sfeir, que revela o interesse de João Paulo II em discutir o Primado do Papa como um testemunho sincero da sua vontade em fazer do ecumenismo um caminho “irreversível”.


João Paulo II - 25 Anos