O empobrecimento e a exclusão social, junto com os fenómenos de corrupção nas democracias mais fracas, estão entre os principais problemas que ameaçam os direitos humanos dos povos latino-americanos.
A denúncia é feita na declaração final do IV Encontro Continental da Pastoral de Direitos Humanos, que se celebrou em Caracas (Venezuela), no início deste mês, juntando 68 delegados de 19 países latino-americanos - entre eles 9 Bispos.
O encontro foi convocado pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), o Secretariado para América Latina e o Caribe da Cáritas e a Conferência Episcopal da Venezuela.
Segundo os participantes, o empobrecimento crescente e a exclusão são “causados por um modelo de desenvolvimento que gera uma injusta distribuição das riquezas, um aumento da dependência, que exige o pagamento de uma onerosa dívida externa e que, a nível interno, cria um fosso cada vez maior entre ricos e pobres”.
No documento final, conhecido como a “Declaração de Caracas”, são denunciados os atentados frequentes aos direitos humanos que representam tanto o fenómeno da violência quotidiana e institucionalizada como o deslocamento forçado de pessoas.
Acrescenta-se que “o narcotráfico aumenta na maioria de países com efeitos perversos”, ao tempo que grandes sectores da população sofrem “limitações para acorrer ao sistema de justiça, deixando impunes numerosos delitos, sobretudo aqueles ligados à corrupção”.