O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, publicou hoje uma decalração onde condena de forma veemente a prisão de vários Bispos Católicos, fiéis ao Papa, na China.
Navarro-Valls explica que o Bispo de Xuanhua foi preso no dia 27 de Maio e, desde então, não se receberam mais notícias do mesmo. O Bispo auxiliar de Xiwanzi foi colocado sob custódia policial de 2 a 12 de Junho e o Bispo de Zhengding foi detido pelas autoridades policiais durante cinco dias.
“A Santa Sé sente-se profundamente magoada com estas medidas, para as quais não foi comunicada nenhuma razão: elas são inconcebíveis num Estado de Direito e violam os direitos da pessoa, em particular o da liberdade religiosa”, aponta o porta-voz do Vaticano.
O Bispo Julius Jia Zhiguo, da diocese de ZhengDing da Igreja Católica “clandestina”
foi posto em liberdade na passada sexta-feira, após cinco dias de detenção. O prelado foi preso por dois policias a 13 de Junho na província de Hebei (noroeste da China) juntamente com um sacerdote trapista, Placid Pei Ronggui.
O Bispo já tinha sido preso em Abril deste ano, situação que então levou o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, a afirmar que “mais uma vez, um membro da hierarquia católica é privado da liberdade pessoal sem que se forneçam motivos jurídicos. Isto é inadmissível num Estado de direito que declara garantir ‘a liberdade religiosa’ e diz respeitar e preservar os direitos humanos”.
As relações entre a China e o Vaticano foram cortadas em 1957, depois de o Papa Pio XII ter excomungado dois bispos nomeados pelo regime comunista. O Vaticano estabeleceu então relações com Taiwan.
Os católicos chineses, cerca de 14 milhões distribuídos entre a Associação Católica Patriótica e a Igreja Católica "clandestina", dividem-se entre a lealdade ao Papa João Paulo II e ao Partido Comunista Chinês.