Portugueses em festa cristã pelas ruas de Roterdão
Experiências de fé e amizade marcam o dia-a-dia no 33.º Encontro Europeu dos Jovens da comunidade de Taizé
O final de 2010 e a entrada no novo ano estão a ser diferentes para os jovens portugueses que passam estes dias em Roterdão, na Holanda, a participar no 33.º Encontro Europeu de Jovens da comunidade de Taizé.
“Vim integrada num autocarro com cerca de 70 jovens, provenientes do Porto, Coimbra, Entroncamento, Lisboa e Algarve” conta Diana Trincão, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A edição deste ano, que arrancou dia 28 de Dezembro, reúne mais de 30 mil jovens de todo o mundo, para mais uma «peregrinação de confiança através da terra», como é definida pela comunidade ecuménica de Taizé, nascida em França, há 70 anos.
Para a jovem da diocese de Lisboa, que é uma participante habitual nestes encontros europeus, “vale a pena os jovens saírem o seu cantinho para, junto de outras comunidades e culturas, abrirmos horizontes, enriquecermo-nos a nós e a quem nos recebe”.
Maria Vilela, também de Lisboa, destaca “a oração, o espírito criado por Taizé” e o reencontro com “velhos amigos”.
“Já fui a Taizé quatro vezes e reencontrei aqui muitas pessoas, de outros países, que costumam lá estar comigo” realça a jovem.
Como acontece habitualmente nestas iniciativas, os jovens estão a ser acolhidos pelas comunidades e famílias da região, quer em Roterdão quer noutras localidades, de Breda a Haia, de Gouda a Hoek van Holland.
“Há um grupo de portugueses, do qual faço parte, que foi recebido por uma comunidade cabo-verdiana de Roterdão” conta Diana Trincão, que aponta como mais-valias “o intercâmbio” que se gera, “perceber como é que as pessoas funcionam numa outra terra, as suas dificuldades, muitas vezes semelhantes às nossas, e as suas alegrias”.
Ao lado está a “mãe de acolhimento”, Cátia Monteiro, uma cabo-verdiana radicada em Roterdão há 31 anos. Ela atesta toda a cumplicidade que se gerou com os jovens, definindo a experiência como “muito boa e que iria repetir sempre que fosse preciso”.
Logo que soube que havia necessidade de famílias de acolhimento, Cátia e a sua família abriram as portas da sua casa.
“O meu coração disse-me para o fazer” confessa, emocionada.
Até dia 1 de Janeiro, os jovens vão reflectir sobre temas como a paz, a alegria e a solidariedade para com os que sofrem.
Um desafio lançado a partir da “Carta do Chile”, escrita pelo irmão Alois. Naquele documento, o prior de Taizé fala de “uma alegria que resiste ao desalento”.
“Temos pessoas do Haiti presentes no encontro, que vieram falar da fase complicada que estão a atravessar” revela Diana Trincão, que tem visto “um verdadeiro testemunho de fé”.
“Nos dias que correm, com tanta coisa que vemos e que não nos agrada, estes são temas apelativos, porque podemos sair daqui um pouco mais conscientes” sublinha Maria Vilela, para quem “se todos procurarmos a mesma coisa conseguimos alcançá-la”.
O 33º Encontro Europeu de Jovens de Taizé pode ser acompanhado, com testemunhos diários, a partir do site oficial da Comunidade Ecuménica de Taizé.
Quem quiser, poderá ainda acompanhar os momentos de oração em directo, através de uma Webcam.
Taizé