Vaticano

Possível retirada do crucifixo nas salas de aula italianas gera polémica

Octávio Carmo
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Vários ministros do Governo italiano e da hierarquia Católica alinharam-se no passado fim-de-semana em defesa da manutenção de crucifixos nas salas de aula, opondo-se à decisão de um tribunal de Aquila que ordenou a retirada do símbolo da escola pública onde estudam os filhos de um activista muçulmano. A polémica instalou-se no final da semana passada, quando foi conhecida a resposta da justiça italiana ao apelo feito por Adel Smith, dirigente da União dos Muçulmanos de Itália. A decisão está a gerar uma enorme polémica, que alastrou da comunidade religiosa ao Governo. "A decisão é ultrajante e deve ser revogada o mais rapidamente possível. É inaceitável que um juiz apague milénios de história", declarou ontem o ministro italiano do Trabalho, Roberto Maroni. O responsável pela pasta da Justiça, Roberto Castelli, anunciou ontem a abertura de um inquérito, questionando se aquela decisão não viola as leis italianas, que desde 1920 estipulam que as escolas devem ostentar crucifixos. O caso, já comparado pela imprensa à polémica do uso do véu muçulmano, deixou indignada a Igreja italiana. "Como pode alguém ordenar a remoção das escolas de um símbolo dos valores que estão na base do nosso país?", defendeu o cardeal Ersilio Tonini. "Esta decisão ofende a maioria dos italianos."


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