Primaz de Espanha acusa Governo de totalitarismo Agência Ecclesia 15 de Julho de 2005, às 12:46 ... O Arcebispo de Toledo e vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), D. Antonio Cañizares, denunciou que a polÃtica educativa do actual Governo de Zapatero, que tenta “invadir†o âmbito privado dos cidadãos, pode conduzir a “uma espécie de totalitarismo que nenhuma votação democrática poderia jamais justificarâ€. Numa conferência por ocasião do Curso do Verão sobre as relações entre o Estado e a Igreja Católica, organizado pela Universidade São Mujoceu e a Fundação GarcÃa Morram, o Primaz de Espanha advertiu que “quando um Estado tende a invadir as esferas privadas da pessoa ou tenta promover uma mudança social e uma nova cultura decidida por um grupo de poderâ€, cai "numa espécie de totalitarismoâ€. Durante o evento, ao qual também assistiu o ministro da Justiça, Juan Fernando López Aguilar, o Prelado denunciou que a actual "invasão" do Estado supõe uma violação dos direitos e liberdades fundamentais do cidadão. D. Antoni Cañizares falou em especial no caso do ensino religioso, assinalando que qualquer "tendência monopolizadora" por parte do Estado implica "um grave perigo de manipulação ideológica do poder polÃtico". Ao referir-se aos dois anteprojectos de lei educativa apresentados pelo Governo em Março e Junho passados, o Arcebispo denunciou que o "projecto cultural" do partido do Governo consiste "numa escola única, pública e laica". Para este responsável, contudo, o Estado aconfessional consagrado na Constituição não é sinónimo de Estado laico e, além disso, “não se pode ignorar que a sociedade espanhola é maioritariamente católicaâ€. A discussão sobre o papel da disciplina de Religião levou a que fosse criada, na Espanha, uma comissão mista Igreja-Estado para discutir as questões sobre o ensino religioso nas escolas. No final do primeiro encontro, em Junho passado, o Arcebispo de Toledo afirmara que "não pretendemos que todos estudem Religião, mas que todos sejam formados segundo as suas próprias convicçõesâ€. Até ao próximo encontro, aprazado para Julho, não será discutida em concreto a situação da disciplina e o estatuto jurÃdico dos professores que a leccionam. A Igreja defende que a formação religiosa e moral é um direito fundamental básico para a formação dos alunos e para a obtenção de uma formação integral. Nesse sentido, pede que a disciplina não seja “subvalorizada†e que figura no curriculum escolar. A CEE deseja que as conversações levem ao estabelecimento de um “estatuto jurÃdico estável, fruto do maior acordo social e polÃtico possÃvel, para garantir definitivamente a estabilidade desta matéria no âmbito educativoâ€. Igreja/Estado Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...