O Arcebispo Primaz de Espanha, D. Antonio Cañizares, saiu hoje em defesa das vítimas do grupo terrorista basco ETA, considerando que as mesmas “estão a ser esquecidas” e incentivando-as a sair às ruas, numa manifestação marcada para o próximo sábado.
“As vítimas podem sentir que não estão a receber o apoio suficiente. Elas têm de defender-se e nós temos de defendê-las”, precisou.
Ao longo dos últimos dias, vários meios de comunicação social no país vizinho sugeriam que sectores da Igreja estariam a apoiar o diálogo entre o Executivo de Zapatero e o grupo terrorista. “Dizer que há divisão entre os Bispos a respeito do terrorismo é uma quimera”, afirma D. Cañizares.
Em declarações ao jornal católico “La Razón”, o Arcebispo de toledo e vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) frisa que a ETA “é gravemente imoral” e que a única saída para o problema do terrorismo etarra é “a sua desaparição”.
“A ETA deve desaparecer já; mais, nunca deveria ter nascido. Deve deixar de extorquir, largar as armas, deixar de implantar o terror”, atira.
O vice-presidente da CEE lembra o que foi dito pelo organismo episcopal na Instrução Pastoral sobre o terrorismo, em 2002, na qual se considerava que a acção da ETA era “gravemente imoral e intrinsecamente perversa”.