Vaticano

Princípios éticos também determinam mercado

Agência Zenit
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Não apenas os económicos, defende Mons. Martino

A ética faz a diferença também na economia. A afirmação do Presidente Conselho Pontifício Justiça e Paz, que chegou a esta conclusão ao relembrar, no último Sábado, Giuseppe Toniolo (1845-1918), catedrático de Economia Política. Mons. Renato Martino considera-o uma das figuras mais significativas do laicado político entre os séculos XIX e XX, actualmente em processo de beatificação. Ao intervir em um congresso em Treviso (Itália), Mons. Martino centrou-se na contribuição particular de Toniolo, que tratou de solucionar o problema social, rejeitando tanto o individualismo do sistema capitalista como o colectivismo socialista, através da criação de corporações de empresários e trabalhadores com uma organização própria e reconhecida pelo Estado. Entre as lições deixadas por Toniolo, Presidente Conselho Pontifício Justiça e Paz apontou, antes de tudo, a proposta do «grupo humano solidário», capaz de reconhecer-se nos valores comuns, no qual «se trabalha melhor, com custos inferiores, com menor desperdício e maior eficácia». Outra das lições actuais de Toniolo, segundo Martino, é que o mercado deve ser regulado por princípios éticos e não só económicos. «Há necessidades colectivas e qualitativas que não podem ser satisfeitas mediante seus mecanismos; há exigências humanas importantes que escapam à sua lógica; há bens que, por sua própria natureza, não se podem nem se devem vender ou comprar», referiu. Para Mons. Martino, «um sadio conflito social nunca foi condenado pela Doutrina Social da Igreja, que vê nele um factor de progresso, quando não é violento ou ideológico».


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