Vaticano

Receios cristãos no Iraque

Octávio Carmo
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As minorias cristãs no Iraque estão preocupadas com o aumento do Islamismo radical. Os cristãos, que constituem apenas 5% da população do Iraque, e que nunca tiveram problemas de liberdade religiosa nos tempos de Saddam Hussein, tentam agora assegurar que o novo regime reconheça o seu estatuto, num clima de respeito e diálogo inter-religioso. D. Jacques Isaac, Bispo caldeu e Reitor da Faculdade de Teologia, confirmou as actuais apreensões e reconhece que neste momento, “muitos cristãos preferem emigrar, receosos com o que poderá vir a acontecer no futuro ao Iraque”. A nova Constituição provisória do país reconhece a liberdade religiosa. O documento, aprovado por unanimidade pelo Conselho do Governo, estabelece o Islão como fonte inspiradora da legislação iraquiana, inclui uma lei geral sobre direitos e determina um forte poder executivo. O texto inclui protecções às liberdades de expressão, religião e reunião, bem como o estabelecimento de um forte poder executivo, e deverá servir como Constituição interina do Iraque até à realização das eleições gerais, previstas para o fim deste ano ou princípio de 2005. Os líderes cristãos presentes no Iraque têm manifestado o receio de que o país se torne incontrolável no futuro. "Não queremos que o Iraque se transforme numa nova Palestina, sem um Estado, Nação abandonada a si mesma e à mercê de grupos terroristas" chegaram a afirmar. Ainda que minoritários (menos de um milhão), os cristãos estão implantados na região desde o início do Cristianismo. Estas comunidades representam umas das mais antigas comunidades cristãs do Oriente, remontando ao século II. As suas raízes cristãs são testemunhadas por mosteiros e conventos nos séculos V e VI.


Guerra do Iraque