Vaticano

Regresso ao fundamento da fé

Octávio Carmo
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O secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, D. Angelo Amato, é um dos homens que melhor conhece Bento XVI, tendo sido seu “braço direito” ao longo de muitos anos, no referido Dicastério. Para ele, a forma e o conteúdo da encíclica “Deus Caritas est” não foram nenhuma surpresa, mas, pelo contrário, confirmam a intuição fundamental de Joseph Ratzinger: “este é um texto que propõe, de novo, os ‘fundamentais’ da fé católica”. “O Papa quis relançar a ideia de que o Deus cristão é um Deus de caridade”, afirma. Em entrevista ao semanário católico italiano “Famiglia Cristiana”, que publicará a encíclica na próxima semana, D. Amato convida a ler com atenção o título que o Papa dá à carta: “«Deus é amor» é, segundo a explicação de Bento XVI, uma «Carta Encíclica sobre o amor cristão»”. “Isto quer dizer que o Papa não segue a metodologia de uma agenda política, mas propõe o núcleo do anúncio evangélico”, destaca. Confrontado com a questão do antigo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé não falar de “leis”, o Arcebispo Amato lembra que “Ratzinger sempre teve como orientação programática a caridade, uma atitude de compreensão, misericórdia, perdão, diálogo até ao extremo, sem deixar de lado a correcção fraterna”. Em conclusão, o prelado assinala que a encíclica é datada com o dia de Natal de 2005 “porque no Natal se recorda o nascimento do amor de Deus encarnado”.


Bento XVI