Uma grave escassez de apoio alimentar está a pôr em risco o repatriamento de centenas de milhares de refugiados e deslocados angolanos. O alerta foi lançado em Genebra pela porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM), falando aos jornalistas.
O PAM, segundo esta responsável, apenas recebeu até agora cerca de 35 milhões de dólares dos quase duzentos solicitados à Comunidade Internacional para 2004. “Se novas contribuições não chegarem rapidamente, a situação será especialmente séria e em Setembro deixaremos de ter cereais para distribuir”, advertiu.
Dadas as carências financeiras, que se traduzem imediatamente nos cortes na alimentação disponível, o PAM teve já de cortar em metade as rações alimentares que distribui aos refugiados e deslocados.
Cerca de meio milhão de angolanos fugiram do país durante os 27 anos de guerra civil, tendo centenas de milhares de outros ficado deslocados em vários pontos do país. Até agora, cerca de 220 mil refugiados voltaram já a casa, em parte graças a um programa de assistência ao repatriamento iniciado no ano transacto e retomado em meados de 2004, com muitas limitações.