As recentes medidas anunciadas pelo Governo espanhol uniram as diferentes confissões religiosas do país vizinho numa só voz, para exigirem ao executivo liderado por Zapatero “mais reflexão e um diálogo profundo”.
Católicos, Ortodoxos, Protestantes e Judeus sentem-se “discriminados” pelo Governo em medidas como a legalização do matrimónio homossexual, a adopção de crianças por casais do mesmo sexo, a investigação com células estaminais embrionárias, a criação de “bebés medicamento” ou o aborto.
Os líderes das principais confissões uniram-se para exigir a Zapatero que “legisle para todos”.
A Igreja Católica já se manifestou por diversas vezes sobre estes assuntos, mormente no caso dos casamentos homossexuais. O presidente da Conferência Episcopal Espanhola, D. Ricardo Blázquez, repetiu ontem que “a mudança da estrutura do matrimónio excede as competências dos que exercem a soberania nacional”.
O porta-voz da Federação das Comunidades Judaicas da Espanha, Antonio José Chinchetru, afirmou que “o Governo deve dar mostras de uma atitude de escuta, porque a nossa opinião é a de uma grande parte da sociedade. Mariano Blázquez, secretário-executivo da Federação das Entidades Religiosas Evangélicas disse que, neste tema, “não se trata de prejudicar os direitos de ninguém, mas de respeitar a identidade histórica do matrimónio”.
Os muçulmanos são menos favoráveis a manifestar-se publicamente sobre estas questões, por as considerarem de “política doméstica”. Mohamed Al-Afifi, porta-voz do Centro Cultural Islâmico de Madrid, assegura, contudo, que no respeita à experimentação ou manipulação embrionária, “as três religiões monoteístas têm a mesma opinião”.