Religiosas de Roma salvaram milhares de Judeus Agência Ecclesia 20 de Setembro de 2006, às 11:55 ... Uma investigação apresentada em Roma revela o papel que, com o apoio da Santa Sé, tiveram as casas religiosas femininas na salvação de milhares de Judeus das deportações nazis. A documentação disponÃvel refere-se a um terço das 745 casas religiosas da altura - correspondentes a 200 comunidades -, 133 delas femininas. Segundo a investigação, estas acolheram 4300 judeus, mas ainda há incerteza sobre o número total. Os refúgios eram improvisados em várias partes: sótãos, debaixo das escadas, ocultos por portas cegas ou armários, galerias subterrâneas, antigas portas romanas que se usavam como vias de escapatória. Tudo isso enquanto soava a alerta, segundo sinais combinados - como o sino de um convento -, de que se aproximava um registo nazi. Estes são exemplos de algumas das estratégias à s quais as religiosas de Roma recorreram para acolher milhares de Judeus perseguidos na II Guerra Mundial. Nesse difÃcil perÃodo, as casas religiosas femininas em Roma eram 475 e pertenciam a 274 institutos. Por sua parte, os religiosos possuÃam 270 comunidades pertencentes a um total de 146 institutos masculinos. A investigação histórica foi realizada pela Irmã Grazia Lopaco, da Faculdade PontifÃcia Auxilium (de Roma), e foi apresentada no decorrer do Congresso da Associação Italiana de professores de História da Igreja sobre “As mulheres na Igreja da Itáliaâ€. “A Santa Sé alentou o acolhimento dos Judeus e a maioria das casas religiosas abriu de par em par as portas frente a esta absurda injustiça†explicou a religiosa. O governo italiano acusou-as inclusivamente de ocultar Judeus e desertores em nome de uma “mal entendida caridadeâ€. Adaptando-se à emergência, as comunidades religiosas modificaram os seus ritmos de vida e costumes. Por exemplo, as salas de aula transformavam-se em dormitórios à noite; foram criados novos trabalhos e ocupações para os acolhidos; montaram-se sistemas de vigilância de 24 horas. Os Judeus, também as crianças, eram escondidas ou misturadas com outras pessoas, se fosse necessário, recebendo identidades falsas. Nesse contexto, admite a investigação, muitos Judeus tiveram de aprender também as orações católicas, os gestos e cantos sacros. “Houve casos de pressão para conversões, mas também atitudes de verdadeiro respeito, favorecendo as suas práticas religiosas. Não se registaram casos de baptismos forçadosâ€, declarou Grazia Lopaco. “Não faltaram as sombras, mas a maior parte dos testemunhos não deixa dúvidas sobre a experiência positiva. Muitos voltaram para agradecer anos depoisâ€, concluiu. Alguns Judeus pagaram segundo a sua disponibilidade, outros deram uma pequena pensão, outros foram acolhidos gratuitamente. Redacção/Zenit História da Igreja Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...