Vaticano

Renato Martino elogia a retirada de Israel da Faixa de Gaza

Fundação AIS
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Os elogios do Cardeal Renato Martino surgem depois de um desentendimento diplomático entre a Santa Sé e o Estado de Israel no início deste mês, a propósito da omissão de Israel durante a oração do Angelus de 24 de Julho, em que o Papa Bento XVI expressava solidariedade com os países vítimas de ataques terroristas. Segundo o jornal inglês National Catholic Reporter (NCR), o embaixador israelita no Vaticano, Oded Ben-Hur, declarou que as demolições foram negociadas anteriormente com as autoridades palestinianas, que tem outros planos para os territórios agora desocupados. O Cardeal Martino que esteve 16 anos nas Nações Unidas como observador permanente da Santa Sé disse ainda: "Temos que reconhecer a coragem do Primeiro-Ministro israelita, Ariel Sharon, que unilateralmente e contra as críticas dos seus concidadãos, decidiu devolver aos palestinianos o que, de facto, já lhes pertencia". D. Renato deixou no ar a pergunta do porquê da destruição de tudo quando essas estruturas poderiam ser utilizadas pelos palestinianos que foram obrigados a viver em terra estrangeira durante 38 anos. Sendo a ocupação daqueles territórios após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, um acto ilegal perante a lei internacional, o cardeal considerou a desocupação dos colonatos como um "acto de simples justiça". O diplomata Ben-Hur, por seu turno, respondeu que "Ficaríamos muito satisfeitos em dar ou talvez vender as estruturas, porque eram casas muito boas. Infelizmente os palestinianos não as quiseram". O Presidente do Conselho Pontifício para a Justiça e Paz formulou os votos de que "as partes em conflito possam finalmente começar a dialogar e que a paz possa prevalecer, como o Santo Padre sempre desejou". Os comentários do Cardeal Renato Martino podem no entanto retomar a discussão sobre o terrorismo do início do mês. Num documento preparado pela Secretaria de Estado do Vaticano, respondendo às acusações israelitas, afirmava que no passado a Santa Sé não poderia condenar o terrorismo palestiniano, sem condenar também as represálias israelitas, que nem sempre estiveram de acordo com as normas internacionais.


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