Vaticano

Responsáveis do Vaticano preocupados com reacção do mundo árabe aos acontecimentos no Iraque

Octávio Carmo
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As torturas sofridas pelos prisioneiros iraquianos, às mãos das forças norte-americanas no Iraque, são considerados pelo Vaticano como “um acontecimento trágico nas relações com o Islão”. A posição é assumida pelo chefe da diplomacia vaticana, D. Giovanni Lajolo, em declarações ao jornal italiano La Repubblica. “A grande maioria das pessoas (nos países árabes), sob a influência dos Media, não pode deixar de sentir repulsa e raiva para com o Ocidente”, assumiu. Este responsável católico define o caso das torturas como “um golpe mais grave para os EUA do que o 11 de Setembro”, dado que foi infligido por americanos. Recordando a oposição do Papa à guerra no Iraque, o Secretário para as Relações com os Estados do Vaticano lamentou que esta posição não tivesse sido levada em consideração. “Se tivesse sido escutado, não teríamos tantas lamentações a fazer: a violência gera violência, a guerra gera guerra”, aponta. Hoje ficou-se a saber que um civil norte-americano foi decapitado no Iraque, chocando os Estados Unidos já abalados pelo escândalo das torturas aos prisioneiros iraquianos, enquanto 25 milicianos xiitas foram mortos esta madrugada em confrontos com forças da coligação, em Karbala. João Paulo II pediu esta manhã aos católicos de todo o mundo “rezar pela paz no mundo, especialmente no Iraque”.


Guerra do Iraque